BRASÍLIA - O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ignorou um pedido de abertura do orçamento secreto, criado no Palácio do Planalto para garantir apoio político no Congresso Durante audiência na Câmara, Marinho caiu em contradição ao explicar a origem da emenda de relator-geral do Orçamento, que permitiu repasses milionários para compras e obras direcionadas por parlamentares.
Na sessão de três horas e meia, Marinho tentou minimizar as indicações de políticos no ministério. Ele negou falta transparência na execução dos recursos extras, mas deixou sem resposta um pedido feito pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) para que o ministério publique os ofícios que trataram da distribuição do dinheiro e divulgue os autores das indicações de cada um dos contratos firmados com emendas de relator-geral do Orçamento - a chamada "RP 9".
"Vossa Excelência envia para nós e torna públicos cada emenda e cada ofício para que a gente saiba para onde que foi e quem pediu esse recurso?", indagou Correia, que chamou a emenda de relator-geral de "monstrengo completamente desigual".
Ao responder, Marinho não fez menção ao pedido. Após a sessão, a reportagem questionou a pasta se o ministro atenderá à demanda do deputado, mas não houve resposta até a conclusão desta edição. Por diversas vezes, Marinho afirmou que o Congresso tem a prerrogativa de escolher onde serão investidos os valores da emenda de relator-geral do orçamento. Também insistiu que não há envolvimento do governo na criação do artifício.
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