No Maranhão, 66,2% dos domicílios apresentavam situação de insegurança alimentar (IA). Em números absolutos, 1.304.000 lares estavam nessa situação. Dentre todas as UFs, o Maranhão tinha, em 2017/2018, o maior percentual de domicílios nesse indicador de condições de vida. Essa posição do Maranhão também aconteceu em 2009 e em 2013, quando o IBGE realizou pesquisa com a mesma temática.
Já no Nordeste e no Brasil, esses percentuais de domicílio em situação de IA eram de 49,7% (8.985.000 domicílios) e 36,6% (25.275.000 domicílios). Esses são alguns dos números apontados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017/2018: Segurança Alimentar, divulgada hoje (17) pelo IBGE.
Para a POF, que leva em consideração a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), a IA pode ser leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos com qualidade inadequada destes de tal modo a não comprometer a quantidade; moderada: redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos; grave: a fome passa a ser uma experiência potencialmente vivida por algum morador do domicílio, podendo incluir crianças. No caso da situação de SA, não há identificação de preocupação quanto à ingestão de alimentos na quantidade e qualidade desejáveis por qualquer morador do domicílio.
Ressalta-se que identificar um domicílio na situação de IA Leve, Média ou Grave, não significa que todos os moradores do domicílio vivenciam tal quadro na mesma intensidade. Todavia, no caso do domicílio caracterizado por situação de IAG, há uma ruptura no padrão de alimentação para todos os moradores e a fome é potencialmente uma experiência vivenciada por algum morador ou por todos os moradores.
A POF 2017/2018 revelou que, dos 66,2% domicílios maranhenses com IA, 30,9% (609.000 domicílios) tinham incidência do tipo moderada (IAM) e grave (IAG). Enquanto no Nordeste, esse percentual era de 20,5% (3.667.000 domicílios), no Brasil, era de 36,7% (8.734.000 domicílios) de domicílios nessa situação.
Numa perspectiva histórica, observando os dados das pesquisas em que, anteriormente, foi explorado o tema segurança alimentar, percebe-se que, na passagem de 2009 para 2013, tanto para Brasil quanto para Nordeste e Maranhão, elevou-se o percentual de domicílios em situação de SA. Essa elevação para Brasil foi de 7,6 p.p., enquanto no Nordeste, esse crescimento foi de 8 p.p. e, no Maranhão, de 3,7 p.p. Em movimento inverso, de 2009 para 2013, diminuiu o percentual de domicílios na situação de IAM e G para os recortes territoriais indicados, sendo que para Brasil a diminuição foi de 3,7 p.p., no Nordeste, o recuo foi de 6,8 p.p. e no Maranhão, de 7,5 p.p.
Porém, de 2013 para 2017/2018, enquanto diminuiu o percentual de domicílios com SA, tanto para Brasil (-14,1 p.p.) quanto para Nordeste (-12,2 p.p.) e Maranhão (-5,3 p.p.), avançou para esses mesmos recortes espaciais o percentual de domicílios em situação de IA Moderada e Grave.
Sobre IAG
No Maranhão, 12,3% dos domicílios tinham, em 2017/18, indicação de IAG. Em números absolutos, eram cerca de 243.000 unidades domiciliares. Essa era a 3ª maior taxa percentual dentre todas as UFs, sendo que os estados do Amazonas (14,2%) e do Acre (12,4%) possuíam os maiores percentuais nessa situação. Dentre todas as grandes regiões, o Norte (10,2%) tinha o maior percentual de domicílios enquadrados na situação de IAG, repetindo o fenômeno em 2013. Nas pesquisas de 2004 e 2009, era o Nordeste a região com maior percentual de domicílios enfrentando situação de IAG. No Brasil, os 4,6% de domicílios com IAG, em números absolutos, correspondiam a 3.136.000 domicílios.
Houve elevação no percentual de domicílios que foram qualificados por experimentarem situação de IAG na passagem de 2013 para 2017/2018 em quase todas as UFs, com exceção do Piauí (-0,2 p.p.) e da Bahia (-0,3 pp.). No Maranhão, o aumento foi de 2,5 p.p., no Nordeste, 1,5 p.p. e no Brasil, 1,4 p.p.. Ao todo, oito UFs tiveram aumento percentual mais intenso de domicílios identificados com o grau de IAG na passagem de 2013 para 2017/2018, sendo que os dois estados com maiores taxas de crescimento foram Amapá (+6,3 p.p.) e Amazonas (+6,1 p.p.).
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