Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de "barulheira" as discordâncias entre o presidente Jair Bolsonaro e integrantes da equipe econômica sobre meios de financiar o programa social Renda Brasil. O ministro também afirmou que não foi endereçado a ele o "cartão vermelho" citado pelo presidente.
Mais cedo ontem, Bolsonaro disse que "está proibido" dentro do governo falar do programa Renda Brasil. O programa chegou a ser discutido como um substituto do Bolsa Família.
No entanto, propostas de equipe econômica sobre cortes de gastos noutras áreas para financiar o Renda Brasil não agradaram ao presidente. Bolsonaro disse que o Bolsa Família vai continuar.
O presidente também criticou tentativas de se buscar receitas para o Renda Brasil a partir do congelamento de aposentadorias e pensões.
Em entrevista ao site G1, no último domingo, 13, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que essas medidas eram avaliadas pela equipe econômica. Outra alternativa era reduzir o valor do seguro-desemprego.
Bolsonaro chamou as medidas de "devaneio" e disse que daria um "cartão vermelho" a quem lhe apresentasse essas propostas.
Guedes falou sobre a situação em uma videoconferência sobre reformas e o futuro da economia brasileira após a pandemia.
"Hoje [terça-feira] teve essa barulheira toda. Estamos fazendo conexões de pontos que não estão conectados. São estudos que fazemos, estamos assessorando. Várias simulações e estudos são feitos. Tratamento seletivo da informação distorce tudo", afirmou Guedes.
O ministro disse ainda que conversou com o presidente na manhã desta terça-feira.
'Ilação'
Em sua fala, Guedes lembrou que o Renda Brasil aproveitaria a experiência do auxílio emergencial para continuar fazendo pagamentos a pessoas vulneráveis socialmente acima do valor do Bolsa Família. O auxílio, criado para ajudar trabalhadores durante a pandemia, será pago até o fim do ano.
O ministro disse que o governo estuda maneiras de fazer uma "aterrisagem" após o fim do auxílio emergencial. O termo se refere à necessidade de setores mais vulneráveis continuarem recebendo alguma ajuda pública.
Ele defendeu medidas de desindexação, com as quais o governo poderia fazer que benefícios atualmente pagos não sejam corrigidos, por exemplo, pelo salário mínimo.
Para Guedes, a desindexação deveria ser geral e, segundo ele, é uma "ilação" dizer que atingiria somente os benefícios para os mais pobres.
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