RIO - Mônica, Cebolinha, Cascão e o resto da Turma fizeram as malas e viajaram do fictício bairro paulistano do Limoeiro até Gyeonggi-do, na Coreia do Sul. Os famosos personagens dos quadrinhos estão representados em dezenas de pinturas, esculturas e animações que preenchem 1.500m² do Museu de Arte Moderna da cidade. Homenagem aos 80 anos de Mauricio de Sousa (em 27 de outubro), a exposição se estenderá até agosto.
Nas paredes, além da história da Mauricio de Sousa Produções, estão releituras de quadros de mestres como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Monet e Van Gogh, com os personagens dos gibis.
A turnê asiática do quadrinista, no entanto, não se esgota na Coreia do Sul. De lá, Mauricio de Sousa segue para o Japão, onde vai lançar, pela primeira vez, produtos da Turma da Mônica no país. Ele também participará de reuniões para tentar viabilizar a publicação de histórias da dentuça na terra dos mangás. Paralelamente, a empresa de Mauricio vai leiloar na internet a obra Mônica Mizulina, da artista Erica Mizutani, em parceria com o Unicef. O valor arrecadado será doado às vítimas do terremoto que atingiu o Nepal no mês passado.
Desde que o cãozinho Bidu estreou na Folha da Tarde, em 1959, cerca de 400 personagens saíram da cabeça do desenhista e de seus colaboradores. O último deles nasceu em janeiro deste ano: Marcelinho, inspirado no caçula de Mauricio, Marcelo Sousa, hoje com 16 anos. Assim, todos os 10 filhos do autor foram homenageados em sua obra. E o criador da Turma, que ainda vai diariamente aos estúdios para acompanhar os gibis publicados pela Panini, diz que não pensa em "pendurar as canetas". Sua preocupação é outra: “Perguntei ao meu médico até quando poderei ir com esse pique. Ele respondeu que não preciso me preocupar. Não penso em aposentadoria, penso no depois. Estou trabalhando para que tudo continue como agora quando eu partir”.
Créditos - Entre as mudanças, no início deste mês a empresa resolveu atender a uma antiga reivindicação daqueles que acompanham o mundo dos quadrinhos. Todas as revistas da Mauricio de Sousa Produções tiveram suas numerações zeradas, e os autores de cada história passaram a receber créditos com destaque. “Quero que, do nosso estúdio, surjam nomes que possam fazer voo solo. Nunca houve reclamação por parte da equipe, mas eu estava devendo isso a eles faz tempo. Geralmente, eram as pessoas de fora que criticavam, dizendo que havia usurpação do trabalho alheio. Mas eu entendia que todos estávamos trabalhando juntos”, explica.
Os artigos lançados no Japão se somarão a cerca de 3 mil itens licenciados por mais de 150 empresas e vendidos em 90 países. São roupas, brinquedos, calçados e jogos, entre outros.
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