SÃO LUÍS – A crise no transporte público em São Luís ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (26). O prefeito Eduardo Braide (SPD) afirmou em um vídeo que pediu a abertura imediata de um processo de caducidade - que consiste na rescisão forçada do contrato de concessão - contra o Consórcio Via SL, cuja uma das integrantes é a empresa 1001/Expresso Rei de França - paralisada após não pagar salário, 13º e o tíquete-alimentação de funcionários, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Maranhão (Sttrema).
"Uma empresa de ônibus deixou de pagar centenas de trabalhadores rodoviários na véspera do Natal, assim como deixou usuários sem transporte coletivo em vários bairros da cidade", afirmou o prefeito.
Braide afirma que a gestão municipal já iniciou os procedimentos para a contratação de uma nova operadora para as linhas afetadas.
Impactos da paralisação e situação dos terminais
A greve dos rodoviários da empresa 1001 chegou ao seu terceiro dia consecutivo, mantendo uma parcela significativa da frota fora das ruas. O reflexo da falta de transporte público em São Luís é visível nos pontos de integração.
No Terminal da Cohab, o cenário na manhã desta sexta-feira foi de plataformas superlotadas e longas filas, bem como tempo de espera acima do normal para diversas linhas.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão (STTREMA) informou que tentou negociar com a classe empresarial ainda na quarta-feira (24), mas a proposta apresentada não supriu as demandas da categoria, resultando na continuidade do movimento paredista.
Suspensão de subsídios e impasse financeiro
A crise financeira da empresa se agravou após a Prefeitura de São Luís suspender integralmente o repasse do subsídio tarifário referente a novembro de 2025.
A decisão foi baseada em um parecer técnico da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).
O valor de R$ 548.002,13, que seria destinado ao Consórcio Via SL, foi zerado para compensar custos emergenciais da prefeitura com o transporte por aplicativos durante paralisações anteriores, ocorridas entre 14 e 25 de novembro.
Vale ressaltar que o trecho da lei que previa repasses para apps foi suspenso no último dia 19 de dezembro pelo ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Confira a nota do SET sobre a paralisação, na íntegra
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) informa que a paralisação registrada é consequência do desconto ilegal de subsídios promovido pela Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), em descumprimento a decisão da Vara de Interesses Difusos e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante desse cenário, o sistema de transporte público de São Luís corre o risco de enfrentar um colapso generalizado, com prejuízos diretos à população usuária.
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