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COLUNA
Curtas e Grossas
José Ewerton Neto é poeta, escritor e membro da Academia Maranhense de letras.
Curtas e Grossas

Oh, Carol

“Escutei essa canção pela primeira vez no alto-falante da cidade de Guimarães...”

José Ewerton Neto

 
 

Ao começar com a música Oh, Carol de Neil Sedaka, estaria iniciando a crônica –lista das músicas mais significativas para mim conforme fizera antes, em crônica publicada no jornal O estado do Maranhão, referindo-me na ocasião a livros. 

Reparem que a minha lista é de músicas mais marcantes em minha vida, não necessariamente as melhores ou mais belas, até mesmo por não ser a pessoa mais indicada para isso pelo meu conhecimento musical ou erudito. 

Escutei essa canção pela primeira vez no alto-falante da cidade de Guimarães, onde nasci e passei minha infância, na versão cantada por Carlos Gonzaga, morto recentemente. Oh, como eu gostava de ouvi-la, entre boleros e sambas-canções (Como não tinha noção do inglês em que era pronunciada a letra original, a criança entendia-a como OH, Quero!, ao invés de Oh, Carol.) 

Aconteceu que quando vinha passar férias em São Luís (na cidade como se dizia) a convite de minha tia, Rosa Ewerton, seus acordes plangentes tocados em sua radiola ou no rádio me faziam lembrar de minha mãe, irmãos, e da cidade de Guimarães então meus olhos se enchiam de lágrimas de saudade. Ainda hoje, quando a ouço tocar ou quando a executo ao violão sua melodia remete a essas lembranças, que evocam emoções, que são tantas, como diria Roberto Carlos. 

Mas a música, no que independe disso, ainda se revelaria de fato, especial, porque traz para mim, tantos ingredientes mais puros do que, deva ser uma boa música em essência: alegria, tristeza, amor, paixão, coração, emoção, singeleza e ritmo (aquelas três batidas de acompanhamento inconfundíveis e sedutoras das baladas rock) que dão o tom das melhores canções pop. Como o cantor Carlos Gonzaga ainda sussurrava em meio aos acordes declamando seu dom de amor absoluto e nostálgico então era nocaute puro. 

Depois soube que seu autor, Neil Sedaka compôs essa canção inspirado em Carole King, uma amiga sua, ela, também, uma admirada cantora e compositora, daqueles anos rebeldes dos anos 70. Uma amiga apenas veja só. Portanto sua criação não foi motivada pela paixão, mas por um amor platônico, digamos assim, o que torna a canção mais especial ainda. Amores de amizade sincera e radiante entre um homem e uma mulher, como dizem os autores e filósofos, não são tão comuns. 

Mas, o espaço acabou e Carole King, um dia gravou uma versão de Gracias a la vida, de Violeta Parra uma das dez mais, que, certamente, ficará para o complemento da lista, na próxima semana. 

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