SÃO LUÍS - Fundada em 1612, a cidade de São Luís carrega consigo séculos de história que a transformaram em um verdadeiro tesouro cultural. O Centro Histórico, conhecido por suas ruas de paralelepípedos, casarões coloniais e azulejos portugueses, é um testemunho vivo do passado da capital maranhense. Em 1997, esse patrimônio foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial, um título que simboliza a importância global de sua preservação.
No entanto, a manutenção desse legado histórico enfrenta inúmeros desafios. As construções, muitas delas com mais de 200 anos, exigem cuidados constantes. A ação do tempo e a falta de recursos financeiros têm contribuído para a deterioração de boa parte desses imóveis. Muitas fachadas, que antes exibiam azulejos vívidos e ornamentos detalhados, hoje se encontram desgastadas e em risco de desabamento.
De acordo com a presidente da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico, Kátia Bogea, ao longo dos 27 anos desde o reconhecimento da UNESCO, diversas iniciativas buscaram manter o legado do Centro Histórico. Entre elas, o Programa PAC das Cidades Históricas do Governo Federal, que investiu cerca de R$ 100 milhões em obras de requalificação urbanística e na restauração de importantes monumentos, como o Teatro Artur Azevedo, o Palácio Cristo Rei e o Sobrado da Junta Comercial.
Além do PAC, Bogea destacou outros programas como o "Nosso Centro" e o "Adote um Casarão", que revitalizaram imóveis e deram novos usos aos casarões abandonados. Outra iniciativa se trata do Programa de Reabilitação do Centro Histórico, que recuperou espaços públicos como o Parque do Bom Menino, as Praças da Bíblia e da Saudade, além de ter ocupado sobrados históricos com órgãos da cultura e patrimônio.
Entretanto, apesar desses esforços, o Centro Histórico ainda enfrenta problemas que ameaçam sua sustentabilidade a longo prazo. Kátia Bogea aponta que questões como mobilidade urbana, segurança, regulamentação de eventos e o crescimento da população em situação de vulnerabilidade social são grandes entraves. A falta de uma política pública eficaz voltada para a habitação no centro também é vista como um obstáculo crucial. "Temos uma área de tombamento com cerca de seis mil imóveis, e grande parte deles sem uso. Para que o Centro Histórico seja sustentável, a habitação é fundamental", reforça.
Em meio a esses desafios, projetos que visam revitalizar o espaço e incentivar o turismo estão sendo promovidos. Entre as iniciativas, estão a recuperação do Complexo do Trapiche Santo Ângelo, que abrigará órgãos públicos e áreas de lazer, e a restauração do Palacete da Rua Formosa, que será transformado no primeiro Museu do Azulejo do Brasil, um importante atrativo cultural para a cidade.
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