Liberdade, fonte vital.
Quero falar de liberdade. E quero falar de liberdade me valendo de um trecho da letra do hino do Maranhão.
Quero falar de liberdade. E quero falar de liberdade me valendo de um trecho da letra do hino do Maranhão.
“Reprimiste o flamengo aventureiro
E o forçaste a no mar buscar guarida
E dois séculos depois, disseste ao luso
A liberdade é o Sol que nos dá vida
E dois séculos depois, disseste ao luso
A liberdade é o Sol que nos dá vida
A liberdade é o Sol que nos dá vida”
Em breves pinceladas, o que nos diz o refrão desse hino? Nos diz que o maranhense lutou bravamente pela liberdade do seu povo: primeiro contra os invasores holandeses (os flamengos) e depois pela independência do Brasil, desta feita contra os portugueses (os lusos). E conclui, comparando a liberdade com o sol, sendo a primeira (a liberdade) a fonte vital de energia e vida, assim como o sol.
E por que reforçar algo que, à primeira vista, parece até desnecessário, redundante e simplório de dizer? Não estaria comprovado com a guerra entre Ucrânia e Rússia; ou com o ataque a Israel pelos terroristas do Hamas; ou, ainda, com a mobilização popular que acontece na Venezuela, em face da ditadura implantada – só para ficar em três exemplos atuais –, que a liberdade é algo imprescindível e inegociável, porque fonte vital de energia e vida?
Penso o contrário, justamente por esses três exemplos. Se existem pessoas que defendem uma possível equivalência moral entre agressor e agredido, no caso da Ucrânia que foi invadida pela Rússia e de Israel em relação ao Hamas; ou que entendem que o povo massacrado e empobrecido da Venezuela de fato votou no governante de plantão, não tendo havido fraude, repito, se existem pessoas que acreditam nisso – e existem – é porque ainda se faz importante e urgente falar, e repetir à exaustão a importância da liberdade.
Parece-me evidente que esses povos estão travando “guerras” pela liberdade, pura e simplesmente, como fez o maranhense séculos atrás.
Como conceber razoabilidade à invasão de um país a outro e esperar que o invadido não se defenda? É cristalino o direito da Ucrânia lutar por sua liberdade, como fez o povo maranhense quando da expulsão dos holandeses. Se alguém consegue enxergar diferente e me apresentar as razões, sou toda ouvidos.
Outro exemplo é o ataque terrorista do Hamas contra o povo de Israel, acontecido no dia 7 de outubro de 2023, em que mataram, estupraram e sequestraram civis e há quem defenda isso como um direito do povo palestino. E mais: muitos hoje gritam “Do rio ao mar”, como proposição de território a ser ocupado pelos palestinos.
Ora, o Hamas tem em seus estatutos como objetivo a aniquilação de Israel e pedir que os palestinos ocupem o território do “rio ao mar” é reforçar esse aniquilamento de um povo: Israel tem como limites o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, logo, querer que a Palestina ocupe do “rio ao mar” é dizer que Israel tem de desaparecer do mapa.
Nesse contexto, alguém, com um mínimo de consciência, acredita que Israel não pode e nem deve revidar para manter o seu território e, portanto, manter a sua liberdade? Alguém acha que Israel não deve e nem pode invadir a Faixa de Gaza para resgatar os muitos ainda sequestrados? Alguém acha que Israel conseguirá manter seu povo livre se deixar vivos aqueles que arquitetaram o ataque e continuam a tramar uma forma de aniquilá-lo?
Por outro lado, alguém acha que o povo venezuelano tem votado reiteradamente no governante de plantão, apesar da fome gritante, que colocou 90% da população abaixo da linha de pobreza e fez com que 8 milhões de pessoas fugissem do país? E alguém quer me fazer crer que o povo venezuelano goza da liberdade de escolher seu governante, a despeito de tudo isso e dos fortes indícios de fraude nas eleições?
Santo Agostinho de Hipona disse uma vez que “Quando perdemos a inocência, só nos resta a penitência”. Eu confesso que perdi a inocência de que a liberdade está intacta em todos esses cenários, só me restando, pois, a penitência.
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