Vão anular os apelidos?
No Brasil acima dos fatos e da realidade se sobrepõem as canetadas todo-poderosas.
É isso mesmo que você viu ou escutou. Assim, sem pestanejar, como se fosse algo tão trivial como fazer xixi, o ministro Dias Toffoli do STF anulou – por decisão judicial – a operação Lava-Jato e tudo que ela fez durante longos anos.
É isso mesmo. Tanta falcatrua, tanta grana sua indo para o bolso de safados, tanta investigação, tanto ladrão preso e, sobretudo, tanta corrupção confessada e admitida pelos próprios corrompidos, agora vai virar nada por uma decisão do ministro. Como se ele fosse o senhor de todas as coisas e fatos. Como se fosse o senhor do tempo em que essas coisas aconteceram. Como se fosse Deus ou, talvez, maior que Deus. Porque só uma entidade tão grandiosa seria capaz de anular a realidade.
Mas, já que é assim, que assim seja feito, porque no Brasil acima dos fatos e da realidade se sobrepõem as canetadas todo-poderosas, as únicas capazes de mudar até o espaço-tempo.
Só que o ministro Dias Toffoli parece ter esquecido algo: Dos apelidos com que se davam os meliantes da Lava-Jato que, agora, depois de Marcelo Odebrecht serão absolvidos. Eles permanecem ainda na memória do povo, por esquecimento do ministro que a isso não se referiu em sua decisão: Campari era o apelido de Gim Agnello que recebeu 2,8 mi, Decrépito era o apelido de Paes Landim que recebeu cem mil. Missa o de José Carlos Aleluia que recebeu 200 pilas, Caranguejo, o de Eduardo Cunha com 7 mi no bolso e A feia, Lídice da Mata com seus duzentos mil.
Como excluí-los?
Uma sugestão. Que o ministro não os anule também, pois agora é tarde. Mas sim que os adapte via ordem judicial. Dessa forma Campari passaria a ser Uísque, Decrépito passaria a ser Jovial, Caranguejo ,Ostra; Missa , Ato de Fé e A feia se tornaria A FORMOSA.
E, desse modo, sem mexer mais na realidade, (já que não é de bom alvitre alterá-la tanto assim) a vida no Brasil continuará a ser BÓTIMA, como diz o popular: melhor que boa e melhor que ótima. Para os mesmos.
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