Para intitular seu livro
Escolher um belo título para seu livro é uma arte que deveria merecer um estudo à parte
Intitular um livro é uma arte. Não importa de qual gênero seja, conto, poesia, novela ou romance, escolher um belo título para seu livro é uma arte que deveria merecer um estudo à parte.
Lembrando que um grande número de compradores de livros entra em uma livraria quase por descuido, um bom título para impulsionar as vendas seria aquele capaz de seduzir o potencial leitor deixando-o sem alternativa diante de uma atração inadiável.
Uma rápida olhada nas listas de best-sellers do gênero de autoajuda comprova que alguns títulos são escolhidos com essa finalidade. Que alma desprevenida, religiosa ou não, é capaz de resistir a um chamamento à leitura de um livro com o título Jesus Cristo, o maior psicólogo que já existiu? Existe imaginação mais promissora do que essa que o transporta para um divã, com Jesus Cristo, ao seu lado, lhe escutando?
Acertar o alvo, no entanto, não é tarefa fácil. Títulos um tanto óbvios para obras geniais existem às pencas, especialmente entre os clássicos: Romeu e Julieta, Os irmão Karamazóvi, , Madame Bovary etc livros em que a genialidade do autor prescinde de um apelo sedutor na capa de seus livro. Porém, mesmo entre os clássicos, existem aqueles com títulos pra lá de belos como pex. O morro dos ventos uivantes, de Emily Bronte (destaque-se aqui a feliz versão em português do original Wthering Heights tornando-o ainda mais bonito) ou Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.
Como os gênios da literatura acima citados já não nascem com a mesma profusão há que se ter o cuidado devido, a escolha se tornando um exercício árduo e prazeroso a um só tempo. Certo, muitas vezes o a preocupação obsessiva com o título faz incorrer em fracassos retumbantes, mas, com muita sorte – e talento - pode o escritor almejar um dia alcançar para seu livro as soluções geniais encontradas por John Fante em Pergunte ao pó; Scott Fitzgerald em Suave é a noite; Carson Mc Cullers em O coração é um caçador solitário ou , para não citar apenas os estrangeiros, Olha para o céu, Frederico! de José Cândido de Carvalho.
Ou ainda, para finalizar, pois ia me esquecendo, O bosque das ilusões perdidas, de Alain Fourier, que ainda não li, mas gostei. Por causa do título.
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