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COLUNA
Marcos Silva
Marcos Silva Marcos Silva é assistente social, historiador e sociólogo.
Marcos Silva

Michele Bolsonaro, rejeitada? O sabiá cantou!

Durante o mês de abril de 2024, em que no Brasil diversos grupos sociais se levantaram para denunciar o golpe de 1964.

Marcos Silva

Durante o mês de abril de 2024, em que no Brasil diversos grupos sociais se levantaram para denunciar o golpe de 1964. Foram e ainda continuam sendo realizadas várias atividades acadêmicas e políticas por docentes, discentes em universidades que inclusive estão em greve em defesa de reajuste salarial e recomposição do orçamento das Instituições de Ensino Superior. Também os sindicatos nos locais de trabalho e assembleias gerais dão sequência nas queixas contra o regime autoritário que tanto mal fez o povo brasileiro durante 20 anos.

Além do mais, existem as manifestações por ativistas políticos e parlamentares do campo democrático e popular com forte posicionamento público contra o golpe civil-militar. No mês de abril de 2024 completam 60 anos desse triste acontecimento na história do nosso país. As liberdades democráticas foram suprimidas pelo período de 20 anos em favor de uma ditadura sanguinária que assassinou e torturou milhares de pessoas, ativistas políticos e até gente comum que não tinham vínculo com a luta social.

O ano de 1968, o ano que não terminou nas palavras de Zuenir Ventura, pois teve início com grandes mobilizações dos trabalhadores de Osasco/SP e Contagem/MG, em seguida se levantou a juventude com uma grande mobilização em protesto ao covarde assassinato do jovem Edson Luís pela repressão policial.

Diante desse clima político nos aparece um deputado estadual no estado do Maranhão querendo se transformar no expoente máximo do fascismo e tentou sem sucesso aprovar uma homenagem para Michele Bolsonaro, a terceira esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Michele dos cheques recebidos do Queiroz, a mesma acusada de ser premiada por joias avaliadas em aproximadamente R$ 16,5 milhões e doadas pelo ditador saudita Mohammed bin Salman, presente dado após o ditador saudita ter realizado um bom negócio na compra de uma refinaria da Petrobrás.

Para felicidade geral dos maranhenses tal proposta foi rejeitada! A Michelle foi rejeitada e não será homenageada no parlamento maranhense.

O Maranhão deu 73% dos votos na eleição presidencial para o Lula, em defesa da democracia e contra o neofascismo. O Maranhão, como diz o poeta Gonçalves Dias, é a Terra das Palmeiras onde canta o Sabiá! E como diz o secretário de educação do estado do Maranhão, vice-governador, Felipe Camarão-PT: “aqui no Maranhão bolsonarista não se cria”.

Vale destacar que a Assembleia Legislativa do Maranhão, ALEMA do Plenário do deputado Nagib Haickel, o Manuel Beckman seria simplesmente desmoralizada frente à população que votou contra o fascismo bolsonarista caso fosse aprovada essa homenagem. Imagine os deputados maranhenses homenagear uma pessoa que é parte de um movimento que ajudou a construir os ataques contra os Poderes da República nos atos do dia 08 de janeiro de 2023, seria avalizar a destruição do patrimônio público e a desmoralização das instituições da democracia brasileira.

Em defesa da democracia, a maioria dos deputados maranhenses se levantaram e mostraram para o Brasil e o mundo que aqui nas terras de Gonçalves Dias o povo não se rende ao fascismo.

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