Desafios para Soja no Maranhão em 2024
Além do preço, outros fatores afetam a rentabilidade.
Os produtores de grãos do Maranhão, em particular os da soja e milho, enfrentam dificuldades neste ano de 2024, ocasionadas por condições climáticas e variações nos preços internacionais. Diante deste cenário, realizei uma avaliação com base em dados e informações do mercado.
Atualmente, temos a cotação da soja no estado do Maranhão em torno de R$100,00 a saca de 60kg, um valor desafiador para a rentabilidade dos produtores da região. Além do preço, outros fatores afetam a rentabilidade: O mercado, o armazenamento da produção e os intermediários.
1. MERCADO – A maior parte da produção de grãos brasileira destina-se ao mercado externo,
ou seja, outros países, que é excelente, o que significa entrada de dólares. O mercado internacional representa 80% (China, União Europeia, EUA e Japão) e o mercado nacional representa 20% (indústria de alimentos, ração animal, biodiesel e outros). Essa dependência do mercado externo reflete nos preços das commodities, impactando em oscilações positivas ou negativas nas margens dos produtores.
2. CAPACIDADE DE ARMAZENAMENTO – A falta de capacidade de armazenamento dificulta a negociação por melhores preços, limitando os produtores à venda imediata na colheita, quando os preços podem ser desfavoráveis. Além disso, a falta de silos adequados afeta a qualidade dos grãos. O controle de temperatura e pragas é fundamental para assegurar um bom preço. De acordo com estudos da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e Esalq-Log/USP, o potencial de valorização nos preços podem chegar a 20% em algumas regiões do país.
3. INTERMEDIÁRIOS – As tradings são empresas que compram a produção de produtores locais e a direcionam aos grandes compradores internacionais, ou seja, atuando como atravessadoras. Essas empresas detém a maioria dos contratos internacionais de fornecimento e controlam também a maioria dos silos de armazenamento disponíveis no país. Sendo assim, essa situação limita as opções dos produtores e afeta suas margens.
As tendências para 2024 são de uma previsão de queda na produção, segundo dados da CONAB. Entretanto, devemos observar que a demanda global por alimentos tende a crescer. O mercado interno aponta um aumento no consumo de soja. E não podemos esquecer, que a tecnologia surge como aliada, trazendo inovações para aumentar a produtividade e competitividade, área na qual o Brasil se destaca mundialmente.
As recomendações são para fortalecer e melhorar as tomadas de decisões estratégicas. Ter organização em grupos de produtores para garantir contratos de exportação direta, busca por investimentos em soluções de armazenamento e logística e controle dos custos atrelados ao câmbio. A aplicação conjunta dessas medidas poderá contribuir para a melhora da rentabilidade dos produtores em 2024.
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