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COLUNA
Marcos Silva
Marcos Silva Marcos Silva é assistente social, historiador e sociólogo.
Marcos Silva

Frente ampla, democracia, políticas públicas, assistência social e reforma agrária, viva o PT e o MST!

Claro que o governo de Lula se formou como um governo de Frente Ampla. Isso significa que outras forças também influenciam nas decisões políticas.

Marcos Silva

Atualizada em 28/08/2023 às 09h38

O Brasil a partir dos anos de 2003 com a chegada do Partido dos Trabalhadores no governo por meio da eleição de Lula e com um programa de desenvolvimento nacional, além do fortalecimento da democracia significaria um perigo aos defensores do Estado mínimo para os segmentos explorados e oprimidos e Estado máximo para os grandes empresários, banqueiros e latifundiários.

O crescimento da economia e o respeito que o Brasil passaria a conquistar mundo afora era um entrave para os neoliberais e entreguistas. Claro que o governo de Lula se formou como um governo de Frente Ampla. Isso significa que outras forças também influenciam nas decisões políticas.

A política industrial do país priorizou o fortalecimento da indústria automobilística e de eletroeletrônicos como forma de fortalecer o mercado interno. Já do ponto de vista do mercado externo as commodities mineral e do agronegócio foram o motor do crescimento econômico brasileiro. O resultado trouxe ao povo brasileiro melhorias no emprego e na qualidade de vida. O teste econômico foi a crise mundial de 2008, onde o Brasil sobreviveu aos impactos econômicos danosos à vida política, econômica e social no país.

O Partido dos Trabalhadores institui no campo das melhorias da infraestrutura do país o PAC I no segundo governo de Lula e o PAC II (Programa de Aceleração do Crescimento) no primeiro governo de Dilma. Essa política realizou investimentos em saneamento básico e outros projetos de infraestrutura. A imprensa brasileira por vezes mostra os atrasos das obras como que fosse produto do Partido dos Trabalhadores.

Ou seja, as obras e os investimentos foram contratados junto ao BNDES e a Caixa Econômica Federal por diversos governos e prefeituras de diversos partidos políticos. 

Também se destaca que boa parte das obras inacabadas se deram por problemas de gestão dos contratos, onde o setor privado contratado por meio de licitação não conseguia avançar na execução com alegações desde as alterações de preços como também inconformidades com a legislação ambiental. Portanto, as mensagens por meio das mídias não retratavam a ineficiência do setor privado e a incapacidade de gestão dos estados e municípios na condução dos contratos e gestão das obras.

A ideia política dos segmentos neoliberais que queriam avançar no processo de privatização da Petrobrás, do Sistema Eletrobras e do saneamento básico no Brasil era desgastar o governo do PT. Pois este consolidava o avanço das políticas públicas e a garantia de políticas sociais aos segmentos que dela necessitam. Então o Brasil caminhava para se fortalecer externamente e internamente do ponto de vista econômico e social.

Tal situação produzia nas forças políticas e econômicas externas ligadas a Empresas da Europa e aos Estados Unidos, expressa por Davos uma posição de preocupação com o crescimento do Brasil e o fortalecimento de alternativas regionalizadas e outras cooperações internacionais por fora da lógica da ordem econômica mundial, a exemplo do BRICS como mecanismo internacional de cooperação econômica e desenvolvimento formado por cinco fortes economias emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na época.

Como ilustra Chang: era necessário chutar a escada e derrubar as bases do caminho para o desenvolvimento do Brasil como uma liderança política e econômica regional. De tal maneira que a conspiração por meio da operação lava a jato foi parte significativa para atacar as empresas brasileiras de tecnologias e engenharias.

O desafio das forças neoliberais era destruir a liderança política do PT. Entre elas a primeira foi ainda na invenção do mensalão a criminalização de Zé Dirceu e Zé Genuíno, além de outros militantes petistas. Caso não tivessem armado para o Zé Dirceu, ele poderia ser o sucessor de Lula nas eleições de 2010.

Em 2010 Lula e o PT garantiram a eleição de Dilma. Uma personalidade técnica e sem tradição eleitoral. Entretanto, dando sequência a política de desenvolvimento nacional é lançado o PAC II e a avançam as políticas de moradias populares com o “Minha Casa Minha Vida”.

Em 2013 uma manifestação que inicia como reivindicações de setores da juventude por passe livre termina se transformando em “Jornadas de Junho” com mobilizações em mais de 500 cidades do Brasil e com apoio massivo da imprensa brasileira com o lema de “combate a corrupção” e vestidos de verde e amarelo assumem posturas de direita e contra a esquerda.

O próximo passo seria criar um álibi para derrubar o governo da Dilma e ao mesmo tempo criminalizar o Lula, principal liderança política da esquerda brasileira. Quanto a Dilma os setores de direita criaram a factoide das pedaladas fiscais dirigido por um ex. ativista fundador do PT com muito respeito no campo jurídico Hélio Bicudo e aliado com uma advogada de direita Janaina Pascoal produziram o golpe contra uma presidente eleita democraticamente. Tal advogada viria posteriormente em 2018 eleita deputada federal pelo PSL, Partido do Bolsonaro.

Para se livrar de Lula e do PT nas eleições de 2018 era preciso prender o ex-presidente Lula. Assim com propagandas diárias dos principais meios de comunicação do Brasil e com as Fakes News em defesa da operação “Lava a Jato” transformando o Juiz Sérgio Moro e o Promotor Público Deltan Dallagnol em uma espécie de herói nacional para fortalecer o objetivo criminalizar e prender a maior liderança política de esquerda do Brasil e da américa latina o Luiz Inácio Lula da Silva.

Foi esse caminho que levou o Brasil a liberar as forças fascistas e perseguidoras da democracia e dos direitos humanos antes aprisionadas pela força das liberdades democráticas. A lição que temos que tirar é que o caminho para fortalecer a luta pelo desenvolvimento nacional é o fortalecimento da democracia.

Vale registrar a importância de algumas figuras políticas, a exemplo do governador do Maranhão à época, Flávio Dino, fundamental no combate ao neofascismo e as armações de Sergio Moro, pois o juiz parcial que rapidamente após prender o Lula e eleger Bolsonaro logo se transformou em Ministro da Justiça do governo Bolsonaro, mas teve na personalidade política e jurídica do ex-governador do estado do Maranhão uma contestação pública com força de quem conhece o ambiente jurídico e político no Brasil.

O certo é que atualmente temos um governo que foi produto de uma frente ampla em defesa da democracia e dos direitos humanos sob a liderança de Lula e de Alckmin com o objetivo de reconstruir as políticas públicas e sociais no Brasil. Além de fazer com que a economia brasileira seja desenvolvida visando reduzir as desigualdades econômicas e sociais. No entanto, é preciso que os segmentos sociais e classistas se mobilizem e fortaleçam a luta social em defesa de suas pautas.

Os neofascistas estão se desmoralizando na CPMI de 8 de janeiro que claramente mostra claramente a face dos atos golpistas e na CPI do MST conduzida pela parte podre do agronegócio, desmatadores ilegais, dos invasores de terras indígenas e quilombolas. No entanto, a luta em defesa da democracia é permanente e passa inclusive pelo fortalecimento da participação popular nas decisões do governo. A classe trabalhadora produtora de riqueza precisa ter a clareza do seu papel na construção de uma ordem societária sem explorados e nem oprimidos.

João Pedro Stedile simplesmente deu uma aula na Câmara Federal sobre reforma agrária e política agrícola para enfrentar as desigualdades fundiárias no Brasil e garantir terra para quem precisa produzir e gerar renda. O MST enquanto uma importante ferramenta de luta pela reforma agrária no Brasil se consolida como uma organização social de muito respeito na sociedade brasileira.

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