O que pretendiam os terroristas?
Parece haver aqui, e não apenas aqui, fortes indícios de que o tensionamento dos valores democráticos, institucionalizado nos últimos quatro anos, continuará a ser praticado de dentro das forças do Estado.
Os dias seguintes ao 8 de janeiro têm sido ocupados pela necessária apuração das responsabilidades dos depredadores, saqueadores, financiadores, mentores e facilitadores das cenas que estarreceram a parcela da população ciosa do estado democrático de direito.
Entre as perguntas, também necessárias, estão aquelas que sustentam a investigação das falhas e omissões das autoridades responsáveis, e que exigirão a correspondente punição. Contudo, há uma pergunta que parece exigir outra linha de investigação e que talvez, adiante, convirja em direção a essas mesmas autoridades: o que pretendiam os terroristas? Após a depredação, qual seria o passo seguinte? Acampar na sede dos três poderes, como afirmou uma das pessoas fichadas, à espera de quem? Quais agrupamentos falharam para que uma tentativa mais robusta de golpe se efetivasse?
Parece haver aqui, e não apenas aqui, fortes indícios de que o tensionamento dos valores democráticos, institucionalizado nos últimos quatro anos, continuará a ser praticado de dentro das forças do Estado, hipótese que reforça a urgência na identificação, apuração e punição dos agentes públicos mentores e facilitadores dos atos terroristas. Nesse sentido, a substituição do comando do Exército foi um importante gesto de reação e de reafirmação dos valores democráticos. Sobre os futuros desdobramentos da apuração, cabe lembrar que terrorismo de Estado e anistia jamais deveriam conviver. Teremos mais uma oportunidade de aprender essa lição.
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