Rios

Rios: "apenas um potencial, não há aproveitamento", afirma especialista

Poluição impede desenvolvimento do turismo e da pesca em SL.

Ana Beatriz e Neto Cordeiro/Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h49

SÃO LUÍS – Ele garante o sustento para muitas famílias. É no rio Bacanga que Manoel Jorge Barros pesca há 48 anos. “Vivo da pesca”, conta o pai de cinco filhos. Ele revela o maior desafio de um pescador. “A grande dificuldade é que tem época que não tem nada. Nem peixe, nem camarão, nem lagosta”, afirma.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.

Valdir Costa busca alternativas. Além de pescar, ele é pedreiro. “Pesco de vez em quando”, diz o morador do Itaqui-Bacanga. Com um simples anzol amarrado a uma linha, eles disparam a isca, muitas vezes camarões, no imenso rio à espera do prato do dia: peixe. Às vezes, eles partem sobre as águas em um barco, em outras é direto da margem do rio.

O professor do departamento de Economia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) João Gonsalo de Moura explica que é comum a atividade pesqueira nos rios da capital, mas ela ocorre de forma rudimentar. “No rio Bacanga, vemos vários pescadores. Ele atende aquela pesca rudimentar: o pescador na canoa sem nenhum equipamento. É a pesca tradicional, não é profissional. Ela é de baixa produtividade”, comenta.

No setor de turismo, o professor afirma que os rios têm apenas o potencial para estimular a área. “Tudo o que se fala em turismo em São Luís ainda é em termos potenciais, não a realidade. Um passeio de final de tarde; ver São Luís de outro ângulo, a partir dos rios; andar pelo mangue. Mas, é apenas um potencial, não há aproveitamento”, frisa Moura.

 Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.
Foto: Neto Cordeiro/Imirante.com.

Isso porque nossos rios sofreram, ao longo dos anos, e ainda sofrem com a ação do homem. “Há muitas pessoas às margens deles, então, deixar os rios sujos é um desserviço à população”, ressalta. Mas, o quadro poderia ser diferente. “Se mega-cidades conseguem manter os rios limpos e aproveitá-los para o turismo, por que nós não? Tem que começar pelo governo, mas é preciso que a população tenha consciência. É necessário formar uma consciência a partir da educação na escola”, destaca.

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