Bioma devastado

Cerrado maranhense: desmatamento emite 35 milhões de toneladas de CO2 desde 2023

Levantamento sobre desmatamento no Cerrado é do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.

Imirante, com informações da Agência Brasil

Atualizada em 18/09/2024 às 08h24
Mais uma vez, o Ipam evidenciou a catástrofe que o desmatamento na região apelidada de Matopiba.
Mais uma vez, o Ipam evidenciou a catástrofe que o desmatamento na região apelidada de Matopiba. (Foto: Divulgação/CBMMA)

MARANHÃO - O desmatamento no Cerrado gerou a emissão de mais de 135 milhões de toneladas de CO2, de janeiro de 2023 a julho de 2024. O volume que corresponde a 1,5 vezes o total produzido pela indústria brasileira a cada ano. O Maranhão é um dos Estados que aparecem no topo dos maiores responsáveis por tais emissões no bioma devido à destruição da vegetação.

Mais uma vez, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) evidenciou o grande problema que o desmatamento na região apelidada de Matopiba - que compreende os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia - tem representado para o Cerrado. 

O Maranhão aparece em segundo lugar, com 35 milhões de toneladas de dióxido de carbono expelidas e 301 mil hectares de vegetação nativa devastada. Conforme salienta o Ipam, o Estado também lidera as emissões originadas pelo desmatamento de formações campestres (6 milhões de toneladas).

Na lista da Matopiba, o Estado com o maior volume de dióxido de carbono liberado foi Tocantins, com mais de 39 milhões de toneladas. No total, 273 mil hectares foram desmatados, e, tanto em 2023 como em 2024, a unidade federativa liderou o ranking de emissões provenientes da derrubada de formações savânicas e florestais, que acabaram representando, juntas, 98% do total do Estado. 

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Dentro da sigla que compreende os quatro Estados, estão Bahia, em terceira posição na lista, com 24 milhões de toneladas, e Piauí, por último, com 11 milhões.

Os casos de incêndio nessas unidades federativas são o motivo da distribuição de 108 milhões de toneladas de gás carbônico, espalhadas na atmosfera. O volume corresponde a 80% do total registrado no bioma e à metade do dispersado pelo setor de transportes, de acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

A relação de Estados que abrangem o Cerrado segue com Minas Gerais (6,9 milhões), Mato Grosso (6 milhões), Goiás (5,7 milhões), Mato Grosso do Sul (3,2 milhões), Pará (1,9 milhões), Rondônia (220 mil), Distrito Federal (81 mil) e São Paulo (2 mil). No Paraná, nada foi detectado no período. 

O levantamento foi feito pelo Ipam e divulgado nesta quarta-feira (18). Os dados foram obtidos por meio do SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado), que utiliza satélites ópticos do sensor Sentinel-2, da Agência Espacial Europeia e compara imagens de áreas com um intervalo mínimo de seis meses, a fim de observar se houve derrubada de árvores.

Cerrado

Segundo maior bioma do país e altamente diverso, o bioma é formado por três tipos de vegetação: a savânica, que predomina e foi a mais destruída no período, a florestal e a campestre. 

As formações savânicas do Cerrado, que compõem 62% da vegetação do bioma, responderam por 88 milhões de toneladas de CO2 (65%) emitidas no intervalo analisado. As queimadas de formações florestais geraram quase 37 milhões de toneladas, enquanto a destruição das formações campestres, que ocupam 6% da área do bioma, resultou na emissão de cerca de 10 milhões de toneladas.

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