CODÓ - Usar fone a todo volume dentro do ouvido virou mania entre pessoas de todas as idades há muito tempo. O entregador, Edson Ferreira da Silva, por exemplo, afirma que passa até duas horas e meia por dia, relaxando.“É um pouco de distração. A gente tenta relaxar um pouco a mente, fora do trabalho, as vezes em casa. A música é isso, ela te dá uma assistência. Passo uma duas horas e meia diariamente. Não sinto nada porque já estou acostumado”, disse.
Ficando surdo
Liga-se o som no máximo da potência do aparelho, mas pouca gente liga para os efeitos nocivos desse hábito para a audição. A fonoaudióloga, Brena Barbosa, garante que o resultado do uso em excesso é gradativo e, praticamente, inevitável.“Tem problemas auditivos quando você usa a partir de 80 decibéis, que é o máximo que a pessoa humana suporta. Se você usar qualquer tipo de mp3, celular, telefone convencional, diariamente, numa freqüência bem elevada a tendência é você perder a audição com o passar do tempo e ela se torna irreverssível”, afirmou.
Recomenda-se
Os especialistas recomendam usar sempre o volume abaixo da metade da potência do aparelho, nunca ao ponto de que quem esteja do lado ouça o som que sai do seu fone de ouvido. Também é bom evitar ficar horas seguidas ouvindo e procurar ajuda médica aos primeiros sintomas.“Quando você não estiver escutando muito bem, que um lado está mais difícil escutar que o outro, quando as pessoas chamam e você não entende, você pergunta o que foi, o que é, repete. Então isso aí é a primeira suspeita de que você deve procurar o otorrino, a fonoaudióloga para fazer uma exame auditivo” , esclareceu.
Na clínica de fonoaudiologia da cidade os atendimentos de pessoas com problemas de audição chegam a 70% de todos os atendimentos feitos mensalmente. No Brasil, entre 30 a 35% das perdas de audição são creditadas a exposição a sons intensos como os que são utilizados diretamente dentro do ouvido por meio de fone.
Avanço
Mas a fonoaudióloga considera que algo vem melhorando em Codó, pelo menos. As pessoas estão mais preocupadas e procurando ajuda.“A população já está bem diferente, já tem a mentalidade mais ampla, já sabe mais sobre o trabalho auditivo, então procura a clínica. É bom sempre reforçar que o volume não seja tão alto e que não seja usado mais de oito horas por dia”, disse.
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