Infratores

Sistema de trânsito intensifica a fiscalização

A ação está causando polêmica no município, principalmente entre aqueles que conduzem motocicletas.

O Estado

Atualizada em 27/03/2022 às 13h25

SÃO LUÍS - Nas últimas semanas, o Departamento Municipal de Trânsito e Transportes (DMTT), a Guarda Municipal (GMC) e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BT) fecharam o cerco contra os motoristas infratores que circulam irregularmente em Caxias.

A ação está causando polêmica no município, principalmente entre aqueles que conduzem motocicletas. Na opinião deles, instalou-se uma “indústria da multa”, que prejudica, principalmente, quem necessita dos veículos para trabalhar.

Semanalmente acontecem, no mínimo, seis blitze móveis, várias vezes em um único dia. A fiscalização é realizada, sobretudo, a partir da quinta-feira e dura todo o fim de semana. A previsão é de que os trabalhos só diminuam a partir de janeiro.

Ao contrário do que pensam os condutores, o comandante da Polícia Militar, major Marco Pimentel, informou que esta é uma ação muito mais preventiva do que lucrativa, uma atividade que não começou à toa, mas após várias ofensivas educativas.

“Antes de começarmos a aplicar as multas e apreender veículos, nós fizemos um trabalho de orientação que se estendeu por vários meses. Agora é a hora de observarmos se o trabalho educativo surtiu efeito. Já detectamos uma senhora que demonstrou revolta após recolhermos o seu veículo porque não portava documentos da moto, estava com o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) atrasado e nem tinha habilitação. Não podemos concordar com uma atitude como essa”, justificou o major.

DENÚNCIAS

A fiscalização decorre da falta de disciplina no trânsito de Caxias, especialmente em relação aos condutores de motocicletas, que lideram os números de multas e ocorrências. De janeiro a novembro deste ano, já foram mais de 700 infrações registradas no Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran).

A maior parte delas é de motociclistas sem a habilitação. Quem é flagrado nas ações da polícia sem o documento, tem o veículo apreendido imediatamente e não adianta contestar.

O número de infratores é tão grande em Caxias que, em cada ação das polícias e do DMTT, não é raro que o carro-guincho saia dos pontos de fiscalização, rumo a 2ª Circunscrição de Trânsito (Ciretran) - onde os veículos ficam guardados - com menos de seis motos apreendidas.

DRIBLE

Com as fiscalizações intensas, alguns motociclistas optam por deixar o veículo em casa em dias de blitze ou simplesmente tentam driblar a fiscalização como podem. Suzana Barbosa, 23 anos, comprou uma moto scooter há dois meses. Nos fins de semana, o veículo tem ficado mais tempo na garagem para evitar a ação da polícia. Além de não ter placa, a motociclista ainda não está habilitada.

“Quando tem blitz eu nem saio de casa com ela, porque, se eles me multarem, não vou ter como pagar. Eu sei que estou errada, mas eu preciso de um transporte e não tenho dinheiro para obter a habilitação e nem emplacar. Talvez em janeiro faça isso”, ressaltou Suzana Barbosa.

Quem não quer deixar o veículo em casa, faz como os amigos Paulo José Lira, Francisco Gomes e Benedito Macedo. Os três, ainda menores, estabeleceram um esquema de comunicação para evitar a apreensão dos veículos.

Quem fica sabendo onde as blitze estão acontecendo entra em contato com os outros para passar as informações e evitar as rotas de fiscalização. É esse esquema que está evitando que muitos mototaxistas tenham os veículos apreendidos. Se alguém passar pela rota da blitz, comunica imediatamente o outro. Quem está irregular tenta burlar a Lei de Trânsito, fugindo da fiscalização.

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