CAXIAS - O trabalho de prevenção e combate à Aids no Maranhão é precário. Dos 217 municípios maranhenses, apenas 14 vêm utilizando devidamente os recursos do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs/Aids), os quais são destinados à contratação de profissionais de saúde e empregados na instalação de laboratórios de exames, como o para detectar o HIV (transmissor de Aids) e hemograma. O programa é do Governo Federal.
Sem a assistência devida, a população tem dificuldades para obter diagnósticos, principalmente com relação à Aids. A notícia foi divulgada durante a III Jornada de Enfermagem da Faculdade Santa Teresinha (CEST). O evento foi realizado de 3 a 5 deste mês. A palestra proferida pelo enfermeiro Claudean Serra Reis detalhou os registros de casos de HIV no país e no Maranhão.
Os dados foram notificados no Sistema de Informação Nacional de Agravos e Notificação (Sinai). A pesquisa foi realizada de janeiro de 1985 a fevereiro de 2007.
INCIDÊNCIA
Segundo a pesquisa, os casos de contaminação pelo HIV no estado vêm se acentuando a cada ano. A incidência maior é em mulheres e em pessoas residentes em comunidades de pequenos centros urbanos. Na categoria de exposição sexual, a pesquisa confirmou que, no período de 1985 a 2006, 90% dos casos envolveram mulheres, sendo a maioria casada. Um índice de 0,4% foi relacionado a usuários de drogas e 0,5% a pessoas que foram submetidas a transfusão de sangue.
O desafio, agora, segundo o enfermeiro, é conscientizar a população para a importância da prevenção. “A Aids não tem cor, raça ou posição social”, alertou o enfermeiro, alertando que os números da doença no Maranhão podem ser ainda maiores
A pesquisa apontou também que, de todos os municípios do estado, 150 já apresentaram pelo menos um caso de Aids notificado; número que, segundo o palestrante, não é exato, já que há pessoas que nem mesmo sabem que estão contaminadas pelo vírus.
ALERTA
Dos casos notificados, 3.352 são pessoas adultas. Desse total, 2.246 são mulheres e 1.106 são homens. Em crianças, os registros apontam um total de 95 casos, sendo que 58 foram registrados em crianças do sexo masculino e 37 em crianças do sexo feminino.
O professor Leonardo Figueiredo, do curso de Enfermagem do CEST, faz um alerta quanto aos riscos de se contrair Aids. “Não se usa mais o termo ‘grupo de risco’ para a Aids, ou seja, o grupo que engloba usuários de drogas e homossexuais. Agora, o termo usado é ‘comportamento de risco’, que está relacionado ao fato de se usar ou não o preservativo”, finalizou o professor.
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