Cresce índice de mulheres com vírus HIV

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h04

CAXIAS - O índice de mulheres contaminada com Aids em Caxias é maior que o de homens. Os números de mulheres portadoras do vírus HIV é o dobro dos homens. Em 2006, foram 17 casos confirmados da doença na população feminina. Nos primeiros meses deste ano, já são cinco casos ratificados.

Uma das conseqüências do avanço da doença entre as mulheres é a quantidade de crianças contaminadas durante a gestação, o parto e a amamentação. Dos 25 casos confirmados da doença no ano passado, em Caxias, cinco foram em mulheres grávidas.

Para a coordenadora do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) de Caxias, Maria José Viera Farias, é preciso fazer uma reflexão sobre estes números. A infecção do HIV e outras doenças ampliaram-se principalmente entre o sexo feminino.

“As pessoas ainda resistem em fazer o teste e usar o preservativo durante a relação sexual”, afirma a coordenadora. Ela completa ainda afirmando que cresce o número de mulheres casadas com o vírus. “Os maridos traem as mulheres e não usam a camisinha. Eles passam o vírus sem saber que são soropositivos”, informa Maria José.

Nos primeiros meses deste ano, foram feitos 1.000 exames de HIV na cidade. A maioria em mulheres. De acordo com o psicólogo clínico do Centro de Testagem Anônima (CTA), Lígio Brito, a procura é maior no sexo feminino porque elas estão mais preocupadas com a saúde. “Muitos homens não fazem o exame por preconceito. As mulheres venceram esta barreira. O nosso desafio agora é fazê-los tomar a mesma iniciativa”, diz o psicólogo.

VENCEDORA

A dona-de-casa Elza Soares se considera uma vencedora. Ela tem Aids e não tem medo do preconceito. “Foram anos de batalha contra o preconceito e só hoje estou colhendo os resultados”, afirma. A dona-de-casa descobriu que era portadora do vírus HIV há sete anos, logo depois da gravidez. A notícia foi dolorosa. Elza descobriu que a filha de apenas três meses também estava contaminada. “Na época eu não queria mais viver. Não sabia o que fazer com minha filha. Eu pensava em suicídio”, recorda. Mãe e filha tomam o coquetel e vivem normalmente.

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