Professores municipais voltam às ruas para protestar

Manifestantes fizeram o enterro simbólico do prefeito e dos vereadores.

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h13

CAXIAS - Os professores municipais protestaram na noite de quarta-feira mais uma vez pelas ruas de Caxias, numa pacífica caminhada, contra as arbitrariedades cometidas pelos gestores caxienses, dentre os quais estão o prefeito Humberto Coutinho, que sancionou um projeto de lei que concede aumento de apenas R$ 13,00 para a categoria, e os vereadores que aprovaram o projeto.

Os professores também repudiaram a atitude do vereador Catulé, representante do Governo do Estado na região, que ao ser atingido por ovos jogados pelos manifestantes durante o protesto realizado pela categoria, dia 18 deste mês, desferiu um tapa na cara da professora Antônia de Jesus Santos Soares. Catulé só foi contido porque um dos policiais que estavam no local aplicou uma ‘chave de braço’ no vereador, levando-o ao chão.

Todos os manifestantes que participavam da caminhada de quarta-feira carregavam velas acesas e vestiam roupas de cor preta, simbolizando o luto pelas agressões sofridas na última sessão legislativa. A passeata saiu da frente da sede do Sindicato dos Professores, situado na rua da Alegria, em direção à Câmara Municipal, que fica a poucos metros da Prefeitura.

Dois caixões foram carregados pelos professores – um representava a Câmara e os vereadores que votaram contra os professores e o outro representava o Poder Executivo e o prefeito Humberto Coutinho, autor do projeto. No encerramento, do que os manifestantes preferiram chamar de cortejo fúnebre ou visita do sétimo dia, os dois caixões foram queimados.

AÇÃO

“O prefeito de Caxias foi à televisão e disse que agiria do mesmo modo do seu irmão, Ferdinand Coutinho, que agrediu os professores, e do vereador Catulé, que agrediu a professora. Naquele momento, o prefeito estava dizendo que a forma que ele conhece de administrar é a violência. Hoje, estamos enterrando os dois poderes porque não servem para Caxias, não representam o povo caxiense”, justificou a professora Nazaré Lima.

Os manifestantes divulgaram 11 razões para atear fogo simbolicamente no Legislativo e no Executivo caxiense e também firmaram 11 compromissos com a sociedade. Um deles foi o de divulgar ostensivamente os nomes dos parlamentares que praticarem atos violentos contra a população.

A professora Antonia de Jesus Santos Soares, que foi agredida pelo vereador Catulé no dia da aprovação do reajuste, pediu a cassação dele por quebra de decoro parlamentar. “Falta de decoro parlamentar é crime e eu não vou deixar isso impune. Não é o choro dele no rádio e nem as palavras dele na TV (disse que queria perder um braço a não ter me agredido) que irão desfazer o que aconteceu. Somente dois dias depois é que ele se deu conta disso?”, questionou num discurso inflamado a professora agredida.

ASSINATURAS

Hoje, o vereador Stéphano Queiroz está colhendo assinatura para entrar com uma Ação Popular no Ministério Público já que, segundo ele, a maioria dos parlamentares - nove dos 11 que compõem a Câmara - fazem parte da base governista e não votam contra qualquer projeto de autoria do Executivo, o que inviabilizaria a cassação de Catulé pela Câmara.

“Nós sabemos que têm nove vereadores submissos ao prefeito, então qualquer medida política para que o vereador perca o mandato é praticamente impossível. Somente juridicamente é que nós vamos conseguir isso”, explicou Stéphano Queiroz, informando que colheu cerca de 1.200 assinaturas. Vinte pessoas estão trabalhando no recolhimento delas nas ruas de Caxias.

Os professores dizem que vão continuar realizando novas manifestações. “Vamos para a rua novamente, se for necessário, para mobilizarmos a sociedade. Fazemos passeatas sempre de forma pacífica. Somos contra a violência”, encerrou a professora Nazaré Rocha.

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