CAXIAS - Os professores da rede municipal de ensino voltaram às ruas de Caxias para protestar contra a administração municipal, que até o momento ainda não concedeu o aumento reivindicado pela categoria, 60%, sobre o piso salarial que atualmente é inferior a um salário-mínimo, R$ 330,00.
Os professores, através da direção do Sindicato dos Professores e demais Servidores do Município de Caxias (Sinprosemc), estão há quatro meses em negociação com a Prefeitura, mas, até o momento, o prefeito Humberto Coutinho, que não participa das negociações e nomeou uma comissão da administração municipal para fazê-lo em seu lugar, ofereceu apenas um abono salarial de R$ 30, valor este que não foi aceito pela classe.
Além de não ser suficiente para elevar o piso salarial da categoria, o abono é apenas um paliativo, conforme os professores, e pode ser tirado a qualquer momento, de acordo com a conveniência da administração municipal.
Entre o Sindicato e a Prefeitura, o clima é de animosidade, sendo que o primeiro acusa o atual prefeito de querer tirar proveito da situação em que se encontra a educação no município para se eleger e ainda colocar em prática o seu plano político.
“Eles estão nos empurrando para uma greve novamente, falsificam informações em seus meios de comunicação que não condizem com a realidade. Ele se esquece que foi eleito com a nossa ajuda, nos prometeu, quando estávamos em greve na administração anterior que a situação seria diferente e não é o que está acontecendo, estamos sendo massacrados do mesmo jeito”, argumentou Silvana Moura.
Negociação
A mobilização dos professores, que ocorreu nesta terça-feira, já vinha sendo divulgada desde a semana passada. Para tentar acalmar os ânimos da categoria, a comissão de negociação da Prefeitura chefiada pelo secretário de fazenda, Berilo Araújo, e pela secretária municipal de Educação, Silvia Carvalho, ex-presidente do Sinprosemc e eleita pelos próprios professores para o cargo de secretária de Educação, marcaram para esta quarta-feira uma nova rodada de negociações.
Os professores alegam que, em todas as vezes que as duas comissões do Sindicato e Prefeitura sentaram para negociar, não chegaram a um consenso, principalmente porque, quando instigado a colocar na mesa os documentos que comprovam quanto é arrecadado e quanto é gasto pelo município e a folha de pagamento dos servidores, este se nega a fazê-lo, esquecendo, conforme a classe, “que é direito a qualquer cidadão caxiense ter acesso a essas informações, já que os funcionários da administração estão em um cargo público, sendo, portanto, empregados do povo”.
“Se ele nos conceder o aumento, ótimo, mas queremos deixar bem claro que não vamos nos calar diante das denúncias que recebemos diariamente na sede do sindicato. Elas não são poucas e vão desde abuso de poder econômico na campanha patrocinada para eleger a primeira dama até ao pagamento de ex-candidatos, não eleitos, para que estes trabalhem em bases eleitorais do prefeito, fora a omissão dos onze vereadores caxienses, que não demonstram qualquer simpatia pela defesa dos direitos do povo.
Quando era vereador, o senhor Berilo Araújo costumava afirmar no plenário da Câmara que era muito fácil maquiar os números das contas do município e essa temeridade em nos querer mostrar as contas da Prefeitura quando solicitamos, para negociar algo que o município tenha condições de pagar, revela claramente que há algo de errado.
Nas escolas, a situação é pior, pois quem apóia o movimento é perseguido e ameaçado e isso não pode continuar, pois estamos reivindicando algo que é nosso por direito”, declarou a presidente do sindicato.
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