Centro de Zoonoses intensifica combate ao calazar em Caxias

O Estado do Maranhão

Atualizada em 27/03/2022 às 14h19

CAXIAS - O trabalho de combate à leishmaniose visceral ou ao calazar, como é popularmente conhecida, tem sido intensificado em Caxias, por causa do alto índice da doença, que foi detectado, seja em humanos ou em cães, em grande parte dos bairros.

Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), os bairros mais infectados são: Volta Redonda, Vila Alecrim, Campo de Belém e Nova Caxias.

Num município com cerca de 26.000 cães, o Centro de Controle de Zoonoses estima que de cada grupo examinado cerca de 60% têm resultado positivo, ou seja, estão com calazar. No mês de junho, por exemplo, 540 tiveram sangue coletado. Cerca de 320 foram considerados soropositivos. O diretor clínico do CCZ, Raimundo Nonato Assunção, faz um alerta: “A maioria desses animais doentes circula livremente nas residências por muito tempo por serem assintomáticos”.

“Em torno de 60% deles não apresentam sintoma algum, não têm nenhuma lesão no corpo. Esse cão é mais prejudicial à saúde porque ele está circulando livremente e a pessoa não sabe que ele tem uma carga de protozoários muito grande”, explicou o veterinário.

Isso tem deixado centenas de famílias caxienses em contato direto com a doença. No primeiro semestre de 2006, dados do CCZ revelam que 15 pessoas contraíram calazar em contato com cães doentes.Não houve mortes até agora.

Os profissionais do Centro de Zoonoses fazem o recolhimento dos animais para tentar diminuir os riscos desse contato, mas, apesar das conseqüências, existe quem se recuse a entregá-los.

Sem sintomas

Como não apresentam sintomas, o dono entende que o diagnóstico positivo está errado e se nega a entregar o animal para o sacrifício. Recentemente, de acordo com o diretor-geral do CCZ, Salomão Xavier Sobrinho, o órgão firmou parceria com o Ministério Público para combater esse problema.

“A Curadoria da Saúde do Ministério Público, por meio da promotora Sara Albuquerque, tem mecanismos para coibir a resistência das pessoas porque a Promotoria é a guardiã da sociedade. Se o cão está com calazar e o cidadão não quer entregá-lo, ao redor dessa residência existem inúmeras pessoas, então a promotoria, trabalhando o interesse coletivo, pode muito bem enquadrar judicialmente este indivíduo que não quer entregar o cão doente, responsabilizando-o”, explicou o diretor-geral.

Paralelo ao trabalho de redução do número de cães infectados, o Setor de Entomologia do Centro de Zoonoses tem trabalhado na identificação dos bairros, onde o mosquito flebótomo, transmissor da doença, atua.

O coordenador de Endemias do CCZ, Cícero Rodrigues da Silva, explicou que uma armadilha luminosa é colocada à noite nos bairros para coletar amostra de mosquitos, depois todos passam por exames microscópicos. O trabalho, que parece simples, tem papel determinante no combate ao calazar em Caxias.

“O Setor de Entomologia é quem faz esse trabalho de captura de mosquitos e isso é que nos dá norte para esse trabalho da borrifação. Nós não podemos ir para bairro A, B ou C para combater o mosquito sem antes haver autorização desse setor”, afirmou Cícero da Silva.

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