CAXIAS - Pesquisa realizada pelos coordenadores de projetos sociais voltados para crianças e adolescentes de Caxias revela que a principal causa do alto índice de criminalidade nesta faixa etária está associada à questão socioeconômica da família.
Caxias figura atualmente como o município maranhense que apresenta maior número de menores infratores internados em São Luís.
Atualmente, 15 deles cumprem pena em regime fechado na capital. O promotor da Infância e da Juventude, Pedro Lino Curvelo, afirma que o aspecto social ainda é o fator preponderante na formação desses adolescentes.
- O processo de ressocialização se torna ainda mais difícil, já que esses menores ficam longe da família. Sem esse acompanhamento, o menor pode voltar a cometer o ato infracional. Com a família por perto, esse processo de reintegração ficaria muito mais fácil-, explica o promotor
Pedro Curvelo que acredita que Caxias, por ser uma cidade de médio porte, deveria contar com um centro especializado em atendendimento a adolescentes infratores.
- Os que cometeram infrações leves ainda podem ficar por aqui e serem atendidos pela equipe do Projeto Semear, mas os demais não. Esses são obrigados a ficar em São Luís, onde estão isolados, já que por advirem de famílias de baixa renda que não têm condições de ir visitá-los-, destaca o promotor.
Ocorrências
Na Delegacia Regional de Caxias, de acordo com o delegado Celso Álvares Rocha, há uma média semanal de sete ocorrências cometidas por menores. A idade dos infratores varia entre 15 e 17 anos.
Segundo o delegado, os atos mais registrados correspondem a homicídios e furtos.
Outro fator de risco para a criminalidade é a defasagem escolar. As escolas não estão preparadas para atender aos adolescentes com comportamentos anti-sociais e não têm recursos para estimular esses alunos a ter outro tipo de comportamento.
Uma pesquisa realizada em 1997, elaborada por instituições voltadas para adolescentes em situação de risco social, (abrangendo 4.245 deles, de todo o país), mostrou que 96,6% não haviam concluído o ensino fundamental. Destes, 15,4% eram analfabetos.
A coordenadora do projeto Semear de Caxias, Aldenora Concutelli, revela que a pesquisa ainda é atual, e que 90% dos menores infratores atendidos atualmente pelo projeto em Caxias estavam fora da sala de aula.
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