GENEBRA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua opinião sobre o caso do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), afirmando que ele "tem o direito de provar sua inocência".
Lula enfatizou que o fato de alguém ser indiciado não implica automaticamente em culpa, mas sim que há uma acusação que foi aceita para investigação. Ele destacou a importância de as pessoas terem a oportunidade de provar sua inocência e afirmou que irá conversar com Juscelino Filho para tomar uma decisão sobre o assunto.
As declarações foram feitas durante a estadia de Lula em Genebra, Suíça, onde ele estava presente para o lançamento da Coalizão para Justiça Social da Organização Internacional do Trabalho.
Reação - Em nota oficial divulgada na quarta-feira (12), o auxiliar do presidente declarou que o caso não tem nenhuma relação com sua atuação à frente do Ministério das Comunicações, mas à indicação de emendas parlamentares, quando exercia o cargo de deputado federal.
“Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar. No exercício do cargo como deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes”, informou.
Segundo ele, a investigação que resultou em seu indiciamento concentrou-se em “criar uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”.
“O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”, argumentou.
O ministro acrescentou que, durante o depoimento prestado sobre o caso, o delegado responsável “não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação” e que, além disso, teria encerrado o depoimento de forma abrupta, após 15 minutos, sem ter dado espaço para esclarecimentos ou aprofundamento.
“Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava Jato e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”, complementou Juscelino.
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