BRASÍLIA - O deputado federal André Janones (Avante-MG), investigado por esquema de rachadinha por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhou 76% de suas emendas parlamentares para a Prefeitura de Ituiutaba (MG), governada pela ex-namorada e ex-assessora Leandra Guedes. Ele destinou R$ 58,4 milhões de recursos federais para o município nos últimos 4 anos.
Janones e Leandra são investigados por um suposto esquema de rachadinha no gabinete do parlamentar, em Brasília. A hoje prefeita era assessora dele na Câmara Federal. Outros dois ex-assessores acusam Janones de cobrar a devolução de parte dos salários para cobrir despesas do deputado. Leandra seria a operadora do esquema, de acordo com os relatos. Ambos negam as acusações, apesar de um áudio revelar o parlamentar dizendo que assessores vão receber a mais para que ajudem na recuperação de seu patrimônio.
É provável agora que a aplicação desses recursos vultuosos de emenda encaminhados para a prefeitura da ex também sejam alvo de investigação.
Ituiutaba, um município de 102 mil habitantes no oeste de Minas, é a cidade natal de Janones, integrante da base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso. Dos R$ 58 milhões em emendas do deputado, R$ 25 milhões foram repassados por meio da Emenda Pix, um mecanismo sem transparência nem fiscalização. A modalidade é criticada publicamente pelo próprio Janones, beneficiado pelo mecanismo.
Pelo levantamento, é possível detectar que o dinheiro da Emenda Pix de Janones bancou o cachê de artistas nacionais em uma feira agropecuária da cidade da ex-assessora, entre eles Gusttavo Lima, Jorge e Mateus, Alok, Simone, Zezé Di Camargo e Luciano, Ana Carolina, Guilherme e Santiago, João Bosco e Vinícius, João Neto e Frederico e Gian e Giovani.
Com os repasses, Ituiutaba se tornou o município que mais recebeu recursos de Emenda Pix de todo o Estado, sem qualquer critério de distribuição. O valor repassado por Janones para a cidade é quase quatro vezes maior do que o enviado por parlamentares mineiros para Belo Horizonte por meio da mesma modalidade de transferência direta. A capital mineira recebeu R$ 7,2 milhões em quatro anos em emendas Pix. Enquanto isso, outros 16 municípios do Estado ficaram sem nenhum centavo.
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