BRASÍLIA - Marli Mendes da Silva é artesã na cidade paulista de Itaóca, no Vale do Ribeira, localizado no sul do estado de São Paulo. Até um ano atrás produzia uma panela de cerâmica por semana, que a ajudava a complementar a renda. Neste ano participou de um curso de capacitação que ensinou artesãos, como ela, e comerciantes locais a darem mais visibilidade aos empreendimentos.
Em Itaóca, cidade com vocação para o ecoturismo, com trilhas para cavalos, ciclismo e cachoeiras, foram instaladas placas de sinalização para que os turistas que visitam a da região saibam onde estão os artesãos. O resultado foi imediato “Com isso as vendas alancaram. O povo passa, vê a plaquinha e vem conhecer o trabalho da gente. Isso só veio acrescentar. Antes eu só fazia uma peça por semana e estava ótimo. Agora eu preciso trabalhar a semana inteira para dar conta dos pedidos”, diz a empresária.
O Ministério do Turismo escolheu esta sexta-feira (27), Dia Mundial do Turismo, para mostrar histórias como a de Marli, “Tudo que se faz para o turismo a geração de emprego e renda é muito rápida. Quando você aumenta o número de turistas em algum local o hotel contrata, o restaurante contrata, a locadora aluga mais carros, a resposta é imediata. Então o turismo é uma das principais vertentes da nossa economia e precisa estar no centro da agenda econômica do Brasil”, destaca o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio em entrevista à Agência Brasil.
Em busca de alavancar o setor, o Brasil deixou de exigir o visto para visitantes de quatro países (EUA, Canadá, Austrália e Japão). Recentemente, o país conquistou vaga no Conselho Executivo da Organização Mundial do Turismo, principal entidade do setor. De acordo com o governo, as medidas tiveram efeito positivo. Em julho, primeiro mês após a isenção de vistos, os gastos de turistas estrangeiros no Brasil cresceram mais de 43% em relação ao mesmo mês de 2018, de acordo com dados do ministério.
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra crescimento de 4,4% no setor em julho de 2019, em relação ao mesmo período em 2018. Além disso, o turismo está entre os principais segmentos da economia que apontam alta mês a mês.
Neste ano, o Dia Mundial do Turismo será celebrado em Nova Dehli, na Índia. Em 2020, a comemoração deve ser na região da Tríplice Fronteira, que une o Brasil, Argentina e Paraguai. Pela primeira vez, países do Mercosul vão sediar a cerimônia.
Emprego e renda
No trimestre maio, junho e julho, o setor de turismo registrou crescimento de 5,8% na geração de empregos na comparação com o mesmo período do ano passado. Dentro do setor, os segmentos que mais empregaram foram alimentação e alojamento.
Segundo o Ministério do Turismo, o setor já representa 8,1% do Produto Interno Brunto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país). Em 2018, o PIB do turismo somou 152 bilhões e 500 milhões de dólares, o que representa um crescimento de 3,1% na comparação com 2017. No total, o setor emprega 6,9 milhões de pessoas.
Parte desses empregos está na região do Lago de Furnas, em Minas Gerais. É o que conta Thayse de Castro, presidente do Circuito Turístico do Lago de Furnas, da cidade de Fama (MG), 360 quilômetros de Belo Horizonte. Ela e os moradores da região já trabalhavam para promover o turismo sustentável e receberam um reforço com o Programa de Regionalização do Turismo do MTur (PRT + Integrado).
O programa promove uma série de encontros para aproximar políticas públicas federais, estaduais e municipais. O objetivo é criar um canal de interlocução, promover a integração e ampliar a troca de experiências entre representantes do setor turístico de todo o país.
A partir do PTR, os habitantes de Fama conseguiram integrar cinco circuitos turísticos próximos ao lago mineiro. “Essa política de regionalização permitiu a integração desses circuitos para fortalecer a nossa luta e o circuito turístico. O lago de Furnas é o maior artificial do Brasil e tem um grande potencial turístico nacional e internacional”, conta Thayse.
Novo Mapa do Turismo Brasileiro
Um dos métodos adotados pelo governo para impulsionar o turismo do país foi compreender mais as regiões. Para isso, foi criado o Mapa do Turismo Brasileiro 2019-2021, lançado no mês de agosto. O documento inclui 2.694 cidades de 333 regiões turísticas do país. O mapa é um instrumento que identifica as necessidades de investimento e as ações de promoção de cada região turística do país.
O produto é constantemente atualizado para que a destinação de recursos sejam eficazes. Entram no mapa apenas cidades turísticas ou impactadas pelo setor de viagens como, por exemplo, municípios que possuam aeroportos próximos a regiões turísticas.
Para participar da plataforma, o município precisa ter um orçamento próprio destinado ao turismo e prestadores de serviços registrados no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur), do Ministério do Turismo.
O mapa do Turismo está em funcionamento e pode ser consultado no site que conta ainda com a emissão de certificado digital para os municípios. Esse documento serve para comprovar que o setor gera emprego e renda para a comunidade local.
Para mais informações sobre o Programa de Regionalização do Turismo ou o Mapa do Turismo Brasileiro é preciso entrar em contato com a Coordenação-Geral de Mapeamento e Gestão Territorial do Turismo, pelo e-mail regionalizacao@turismo.gov.br.
Saiba Mais
- Turismo deve faturar R$ 157,74 bilhões na alta temporada de verão
- Empresas aéreas vão ofertar 17,8 mil voos a mais no próximo verão
- Gastos de estrangeiros no Brasil chegam a R$ 26 bilhões em 2024
- Ruínas de um dos conventos mais antigos do Brasil receberão espaço cultural e turístico
- Sem pandemia, gasto do brasileiro com viagens salta 78% em dois anos
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.