
À própria sorte
In memorian às vítimas da COVID-19
“Ei, hoje eu tô aqui, porque preciso da ajuda de ocês. Eu sô pobre, eu passo nicissidade. Eu e minha filha precisamu de dinhero pra comprá carvão, farinha e arroz. Eu só tô pedindo aqui, porque passo nicissidade” – na porta de uma agência bancária, gritava, cada vez mais alto, a velha senhora, em uma espécie de monólogo. Aparentemente, esse é somente um dia comum. Quantas pessoas como ela não vivem mendigando para sobreviver? Porém, estamos bem distantes do que antes era conhecido como normalidade. Um ano já se passou. Tantos entes queridos partiram. Em média, estamos perdendo 4.000 brasileiros, diariamente, para a COVID-19.
Lembro-me bem, em um dia todos estávamos trabalhando, estudando, caminhando... vivendo. No instante seguinte, fomos bombardeados com a notícia de que deveríamos ficar em casa por apenas 15 dias, mas disseram que não deveríamos entrar em pânico. O tempo passou e os dias foram multiplicando-se. Nas ruas, nas casas, nos estabelecimentos, o medo se instalou permanentemente, pois a morte, com seu vento devastador, passou a levar a cada dia mais vítimas. Agora estamos nas trincheiras dessa guerra invisível, lutando pela vida, com armas simples, mas eficazes – higiene, máscaras e distanciamento social.
Entretanto, a negligência seletiva, aprendida desde o início dos tempos, tem prevalecido. E, agora, não somente as súplicas dos necessitados tem sido ignoradas, mas também a dos governadores, médicos e cientistas. Apesar das milhares de mortes, para muitos o negacionismo impera. “Nada está acontecendo, isso é só uma gripezinha, vai passar logo logo” – em uma esquina, dois amigos conversam, rindo da preocupação mundial. E, assim, a pandemia tem se agravado e prolongado. Até quando essa situação irá perdurar? Somente o tempo dirá.
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