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COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

A fase de paquera começa na escola

(Conheça e reconheça alguns sinais)

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Os sinais de paquera na escola começam por volta dos 14 anos. São variados, óbvio, porque cada um tem uma personalidade distinta, mas em geral são comportamentos bastante sutis. 

Perceber e orientar os adolescentes é papel da família/escola, mas também da sexologia clínica - especialmente porque o tema (apesar de natural) pode não ser confortável para todos e isso vai depender da estrutura de educação que impera naquela família. 

Um fato é irrefutável: todos já passaram, passam ou vão passar por isso!

Quem lembra daqueles olhares discretos lançados para quem nos interessava, que rapidamente eram desviados quando o outro olhava na nossa direção? Deve lembrar também daquele desejo de sumir do mapa ou enterrar a cabeça na quadra esportiva, por não saber o que fazer quando esse olhar era percebido. 

Gente, isso não muda! Lidar com essa fase é desafiador para os marinheiros de primeira viagem.

Trocar mensagens frequentes pelo WhatsApp ou Instagram, com memes, piadas internas ou a simples pergunta “o que você achou da prova?” dá um frio na barriga que só entende quem está inebriado na fase. Atendo adolescentes e esse tema sempre chega. 

Nessa fase, eles vivem a emoção intensa de sentar pertinho na sala de aula, no intervalo, nos eventos escolares. O coração acelera de um jeito que é difícil explicar. “Esquisito demais, tia, isso não acontecia antes!” 

Aquelas brincadeiras e provocações amigáveis são típicas de quem busca uma forma de chamar atenção e criar conexão - e precisamos reconhecer que é uma linda forma de expressar o afeto. O ser humano precisa expressar os seus afetos. 

Os mais corajosos se lançam no interesse pelos hobbies do outro, chegando a se envolver até em clubes que ele frequenta. Quem é do livro vai pro futebol. Quem é da natação, arrisca no teatro.  Tudo pela busca de proximidade física. Essas experiências se expandem e tomam outras dimensões na vida adulta. 

Junto a isso surgem os elogios e comentários gentis sobre o cabelo, a roupa ou algo que a pessoa faz muito bem. 

Sabe aquele amigo que, de repente, passou a curtir e comentar todas as suas postagens consistentemente? É sinal de um interesse  tão óbvio quanto perceber que ele sorri frequentemente quando está perto, e até dá gargalhadas daquela sua piada que nem foi tão engraçada. 

Nessa fase, compartilhamos assuntos pessoais e segredos - e esses são vínculos de confiança e intimidade. Precisamos amadurecer essas emoções. 

Reconhecer uma paquera não obriga ninguém a RETRIBUIR. É necessário entender as emoções pessoais, e se esquivar se for desagradável, mas sempre com RESPEITO E GENTILEZA.

Converse com o seu adolescente! Ouça! Oriente! 

E se ele notar que começou a ter uma mudança de comportamento quando está perto da pessoa, como ficar nervoso, falar rápido ou agir de maneira diferente do usual, acolha o seu conflito! Dê atenção! A paquera na adolescência precisa ser vivida de forma saudável!

É uma parte importante do nosso desenvolvimento, e portanto merece todo o respeito. 

Se precisar de ajuda, consulte a sexóloga!


 

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