Mini querido

Aos nove anos, ‘mini’ miolo de boi fala sobre amor pela cultura maranhense

Com boi personalizado, Pedro Inácio aprendeu os primeiros passos como miolo de boi aos dois anos de idade.

Anne Cascaes / Na Mira

Atualizada em 30/06/2023 às 13h20

SÃO LUÍS - Encantar-se com crianças pode ser algo rotineiro para muita gente. Mas, encantar-se com um ‘pequenino’ com habilidades para dançar toadas do São João do Maranhão é algo que traz não só encanto, mas orgulho a qualquer maranhense apaixonado pela cultura.

E esses são sentimentos que Pedro Inácio, de nove anos de idade, provoca ao mostrar suas habilidades como miolo de boi nos arraiais de São Luís, cidade onde mora com o pai e a mãe. Cercado por pessoas que respiram arte, desde cedo Pedro já apontava um gosto natural pelas manifestações culturais maranhenses. 

O pai de Pedro Inácio, que é músico, conta que o filho já o acompanhava, junto com a mãe, nos eventos e festas juninas em que ele tocava, e se interessou pela figurinha do miolo de boi após Eric confeccionar um boi chamado “mimosinho” para o primo de Pedro.

“Ele começou a gostar desde muito pequeno e até hoje não parou. O primeiro convite para ele participar de uma apresentação junto com um grupo de bumba-meu-boi surgiu quando estávamos no Ceprama, ele estava dançando, e chegou uma pessoa da produção que chamou ele para subir ao palco, desde então, começaram a perguntar por ele e viram que o nome do boi era ‘Teimosinho’”, conta Eric Bruno, pai de Pedro Inácio.

Pedro Inácio, de nove anos, começou a se interessar pelas manifestações culturais desde os dois anos de idade. (Foto: André Nadler / Na Mira)
Pedro Inácio, de nove anos, começou a se interessar pelas manifestações culturais desde os dois anos de idade. (Foto: André Nadler / Na Mira)

A escolha do nome ‘Teimosinho’, segundo Eric Bruno, veio da insistência de Pedro em continuar dançando com o boi, mesmo quando os pais o chamavam para descansar devido a quantidade de horas que ele ficava dançando ouvindo toadas de bumba-meu-boi.

“Eu dançava muito e meu pai ficava me chamando, até que eles deram o nome de Teimosinho ao boi. Hoje em dia eu acho muito legal me apresentar com outros grupos”, afirma Pedro. Ele conta, ainda, que possui dois grupos de bumba-meu-boi que gosta mais: Santa Fé e Pirilampo. 

Inspiração

Além de acompanhar o pai músico, Pedro também observa os passos da tia, que é professora de artes e grande incentivadora de levar o menino para participar da maior quantidade de arraiais possível.

“Nós temos vários artistas na família, tem desenhista, artista plástico, professora de artes… então, o incentivo acaba sendo da família toda, não tem como negar que está no sangue”, diz o músico Eric.

O pai conta, também, que toda a família se mobiliza para levar Pedro aos arraiais, observar as programações e garantir que ele esteja presente para fazer o que mais gosta.

Boi personalizado

Atualmente, Pedro carrega um boi muito parecido aos que os miolos de boi do Maranhão utilizam nas apresentações tradicionais, contudo, nem sempre foi assim. Quando ele era ainda menor, os pais confeccionaram um boi de caixa, que ficasse mais leve para o filho carregar. 

“Ele via o primo dançando e pedia o boi, mas era um pouco pesado para o tamanho dele, então eu resolvi fazer um com estrutura de caixa de papelão e minha irmã junto com a minha mãe e a mãe dele foram enfeitando. Como era mais leve, já dava para ele brincar”, diz Eric. 

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