Quando teve a ideia de realizar uma exposição em homenagem a São Luís, o artista plástico mineiro Anderson Braga intuiu que deveria passar um longo período na cidade, para mergulhar, de forma minuciosa, na identidade cultural e no ambiente histórico de São Luís. A imersão foi feita e o resultado pode ser conferido amanhã (quarta-feira), 11 de setembro, às 19h, na abertura da exposição "Azulejos: luz e sombra", em cartaz na Galeria Hum (Rua Um – nº 167 - São Francisco).
Anderson Braga escolheu como tema principal os azulejos que dão vida e marcam o tempo nas fachadas dos prédios históricos da capital. Mas a percepção do artista não se debruçou somente sobre esse aspecto, retratou também grades de sacadas, paredes e rebocos castigados pelo tempo e pela poluição visual provocada pelo homem. "Fui observando a cidade e escolhi aspectos que me encantaram mais. Mas infelizmente percebi, durante esse processo, um certo descuido com o acervo arquitetônico e resolvi explorar este lado também", contou.
Os trabalhos igualmente abordam a luminosidade característica de São Luís, principalmente a dourada e serena dos fins de tarde mais aprazíveis. São recortes da beleza do ambiente histórico, com marcas do descaso.
Ao todo, a exposição "Azulejos: luz e sombra" é formada por 21 trabalhos feitos em técnica acrílica sobre tela. O artista utiliza o pigmento de forma pura, em pasta (empaste), o que dá um resultado muito próximo ao da pintura a óleo, intensificando as cores e produzindo texturas e relevos. A pincelada remete ao traço dos pintores impressionistas, porém, possui conceito expressionista e está adaptada à contemporaneidade. "Sempre gostei de trabalhar com tinta a óleo. Desta vez, optei pela acrílica, mas mantive a característica do empaste, da tinta sem diluição, porque aprecio as texturas, que resultam disso”, enfatiza.
Sobre a luz presente em suas pinturas, ele comenta: “Gosto do contraste de luz e sombra, que remete a grandes pintores, como Rembrandt", disse, referindo-se ao artista holandês do século XVII.
Outro importante e sutil aspecto da obra de Anderson Braga é a disposição geométrica dos traços, sem rigidez matemática. E está enganado quem pensa que a temática escolhida é óbvia e repetitiva, porque o trabalho está repleto de inquietude e provocação, além do valor estético, resultado do apuro técnico deste artista que vive para a sua pintura.
Sobre o trabalho de Anderson Braga, o professor e doutorando em artes visuais, curador da exposição, Almir Valente Costa, afirmou: "Quando nos deparamos com o conjunto das obras do artista Anderson Braga da exposição 'Azulejos: Luz e Sombra', elas provocam no espectador uma sensação visual tátil, sinestésica; convoca-nos a olhá-las com as mãos, pela aproximação e a tocá-las com os olhos, pelo afastamento. Com uma linguagem pictórica de forma e cores vibrantes pelo empaste de tinta, revelam imagens ora abstratas, ora figurativas, cuja força expressiva se traduzem em um lirismo poético de cunho expressionista".
O ARTISTA
Natural de Formiga (MG), Anderson Braga já participou de exposições coletivas em Minas Gerais e em São Paulo. Em São Luís, ele integra a I Coletiva Traços do Maranhão, que ficou em cartaz num shopping da cidade.
SERVIÇO
Exposição: "Azulejos: luz e sombra", de Anderson Braga
Quando: Amanhã (quarta-feira), 11 de setembro, às 19h
Local: Galeria Hum (Rua Hum - nº 167 - São Francisco)
Aberto ao público
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