Carnaval 2020

Carnaval: entenda os riscos de não se prevenir sexualmente

Segundo Ministério da Saúde, São Luís é a primeira capital do Nordeste e a terceira do Brasil no ranking de maiores taxas de detecção de HIV em gestantes.

Imirante.com, com informações assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h09
Com o Carnaval se aproximando, época em que muitos caem na folia e abusam do álcool, nunca é demais reforçar a importância do uso de preservativo”, alerta ginecologista e obstetra.
Com o Carnaval se aproximando, época em que muitos caem na folia e abusam do álcool, nunca é demais reforçar a importância do uso de preservativo”, alerta ginecologista e obstetra. ( Foto: Divulgação)

BRASIL - Todos os dias, mais de 1 milhão de pessoas entre 15 e 49 anos contraem doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), de acordo com dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso equivale a mais de 376 milhões de novos casos anuais de doenças como clamídia, gonorreia, tricomoníase e sífilis.

“São doenças transmitidas pela relação sexual sem proteção. Com o Carnaval se aproximando, época em que muitos caem na folia e abusam do álcool, nunca é demais reforçar a importância do uso de preservativo”, alerta a Dra. Karina Tafner, ginecologista e obstetra, especialista em endocrinologia ginecológica e reprodução humana pela Santa Casa, e especialista em reprodução assistida pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

São Luís

O último levantamento do Boletim Epidemiológico de HIV/Aids divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que São Luís é a primeira capital do Nordeste e a terceira do Brasil no ranking de maiores taxas de detecção de HIV em gestantes.

Os dados, referentes a 2018, apontam que São Luís subiu de 2,6 casos para cada mil pessoas em 2008 para 5,7 em 2018. O valor é bem acima da média nacional, que é de 2,9 casos para cada mil pessoas.


Para que você entenda o risco de não se prevenir, a Dra. Karina lista as DSTs e os danos causados à saúde:

HIV
É a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causadora da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+.

Sífilis
Infecção causada pela bactéria Treponema pallidum. Surge 20 a 30 dias após o contato sexual, como uma úlcera genital indolor. A úlcera desaparece após alguns dias, mas, se não tratada a doença, pode evoluir para estágios mais avançados, podendo levar à morte.

Gonorreia
Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. O quadro clínico é variado na mulher, podendo ser “silenciosa” (assintomática), até causar quadro grave de cervicite (inflamação da cerviz, cérvix ou cérvice, que é a parte mais estreita do colo uterino).

Tricomoníase
É causada pelo protozoário Trycomona vaginalis. Na mulher, causa corrimento esverdeado, abundante e fétido. Não há sintomas em homens.

Clamídia
Bactéria que pode causar desde um discreto corrimento até Doença Inflamatória Pélvica, que se caracteriza por febre e intensa dor pélvica. Se não tratada, pode evoluir para sepse e morte.

Condiloma acuminado
É causada pelo Human Papiloma Vírus (HPV), que está relacionada ao câncer de colo do útero e ao câncer do pênis. Na vulva e no pênis, se caracteriza por pequenas verrugas.

Herpes simples
Infecção viral que se manifesta através do surgimento de pequenas bolhas muito doloridas ao redor da boca ou dos lábios genitais, que estouram e formam lesões crostosas.

Cancro mole
Causada pela bactéria Haemophilus ducrey. O quadro clínico se caracteriza pelo aparecimento de lesões dolorosas na região genital. A secreção dessas feridas pode contaminar diretamente, sem ter relações sexuais, outras pessoas e outras partes do corpo.

Mycoplasma genitalium
É uma bactéria de transmissão sexual que causa doença semelhante à clamídia e à gonorreia, mas com uma secreção mais transparente.

Hepatite B e hepatite C
São transmitidas, principalmente, pelo contato com sangue contaminado, mas também por relação sexual. A transmissão sexual da hepatite C é pouco frequente, com menos de 3% em parceiros estáveis, mas ocorre em pessoas com múltiplos parceiros, sem uso de preservativo. Além disso, a coexistência de alguma DST – inclusive o HIV – é um importante facilitador dessa transmissão.

HTLV (Vírus Linfotrópico T humano)
Há dois subtipos: HTLV-1, que pode causar um quadro raro de leucemia e de doenças neurológicas, e o HTLV-2, com quadro clínico ainda não estabelecido.

“A maneira mais eficaz de evitar uma DST é utilizar a camisinha, tanto a feminina quanto a masculina, seja no sexo anal, vaginal e oral”, reforça Karina Tafner.

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