Festival das Rendas: start foi dado com um rolê marcado pela diversidade sonora com afeto
A cantora pernambucana Duda Beat, madrinha do festival, foi a anfitriã da noite, que contou ainda com a discotecagem de Pedro Sobrinho e Patrixia Irixia, além da Orquestra Maranhense de Reggae.
Fazer eventos musicais, principalmente quando não se insere no "mainstream" institucionalizado pela mídia de massa, se torna um grande desafio. De parabéns está a Catirina Prodções ao lançar em grande estilo a segunda versão do Festival das Rendas, que realmente ganhou uma dimensão grandiosa, e já se posiciona no ranking dos grandes festivais de música alternativa do país. Entra também para o calendário cultural e de entretenimento do Maranhão, que já dispõe do Festival BR-135 e dos Lençóis Jazz e Blues Festival, Rico ChoroComVida. E quem agradece é a plateia ávida por música.
Tive o privilégio de abrir o rolê de lançamento do Festival das Rendas, ocorrido no último sábado (20/7), em um espaço criado ao lado da Batuque Brasil, na Cohama, com a minha discotecagem. Foi mais uma experiência valiosa e exitosa, quando me vi diante de uma plateia literalmente jovem absorvendo o meu 'setlist' cheio de mundanidade. A cada música executada a sensação de me sentir renovado e legitimando que a juventude está na alma.
E o legal foi dividir à noite com a DJ Patrixia Ixia, já residente em festinhas da Escangalhada, mobilizou a pista com a sua discotecagem de inclusão e o respeito para derrubar preconceitos. "Não é trans-arte, é arte. Com muita lacração!"
Orquestra no Reggae
Teve ainda a Orquestra Maranhense de Reggae (OMR). Pela primeira vez em um contato direto, tive o prazer de sentir o "groove" do reggae com a peculiaridade maranhense. Criada em 2016, a Orquestra Maranhense de Reggae (OMR) já realizou diversos espetáculos nos palcos de São Luís. O grupo subiu no palco do Festival das Rendas e contagiou a moçada com clássicos do reggae mundial.
Foi um aperitivo perfeito que deixou todo mundo aquecido para cortejar a anfitriã da noite.
Por volta das 20h, a cantora pernambucana Duda Beat deu o ar da graça. E logo de cara politizou o ambiente com a fala da maranhense Alcione soltando o verbo ao comentário feito pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, se referindo a população da região Nordeste. Embora morando no Rio de Janeiro, a nordestina, influenciada pelo Manguebeat, de Science, Duda Beat, que é formada em Ciência Política pela Unirio, fez uma revolução silenciosa com o vídeo autorizado pela Marrom. É isso aí, Duda chegou chegando e comprovando que a música "diverte e faz refletir". E no amor à primeira vista com São Luís e a identificação com o rotulada "Jamaica Brasileira", abriu o 'set' com o reggae, "Bolo de Rolo".
Depois soltou todos as canções do primeiro álbum "Sinto Muito", o primeiro da carreira e lançado no ano passado, em um show que defino como interativo, pois a plateia fez o coro cantando todas. A música de Duda Beat revigora a Música Popular Brasileira com forte pegada de techno brega e sofrência, numa mistura de indie com eletrônica, contagiou a todos.
Envolvida até a tampa com a plateia, a pernambucana e madrinha do Festival das Rendas, acompanhada por uma banda simpática, visceral com 'loops' e influências jamaicanas do dub, e duas backing vocals descoladas e graciosas, encerrou sua apresentação com o sucesso "Bixinho", primeiro na versão original, e em seguida, emendando a versão remix.
Mesmo com uma chuvica no período da tarde, São Pedro deu uma trégua e o Festival das Rendas foi aberto em grande estilo, em um rolê marcado por uma bela plateia e pela diversidade sonora com afeto. E que venha a Raposa com as suas rendeiras em setembro.
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