Polêmica

SBD/MA vem a público esclarecer falhas no Concurso da PM

Aproximadamente três mil candidatos passaram por exames com médico sem especialidade.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56
(Dr. Régis Júnior )

Em decorrência da celeuma envolvendo o concurso da Polícia Militar, realizado recentemente pelo Governo do Estado, o Dr. Antonio Régis de Albuquerque Júnior, especialista em dermatologia, e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Maranhão, vem a público repudiar os profissionais que se dizem dermatologistas, que por lei não são, mas mesmo assim atuaram no concurso.

“Para uma pessoa ser dermatologista, ela precisa ter residência médica numa entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Residência Médica, e/ou prestar um título da Sociedade Médica Brasileira, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Dermatologia. E, esses documentos devem ser apresentados ao Conselho Regional de Medicina, que vai verificar a autenticidade desses documentos”, explica o dermatologista, lembrando das fraudes que ocorrem com frequência. A mais recente aconteceu no concurso da Polícia Militar.

“O profissional além de ter o CRM (Conselho Regional de Medicina), ele precisa ter, também, o RQE, que é o Registro de Qualificação de Especialista. Caso o profissional não apresente o RQE, ele está cometendo uma fraude, ferindo tanto o Código de Ética, quanto do consumidor, sujeito inclusive à prisão que varia de três a seis meses e pagamento de multa”, afirma o presidente.

No concurso da Polícia Militar, ocorreu justamente essa fraude. Nesta sexta-feira (2), último dia para os candidatos apresentarem os exames perante a Junta Médica da Polícia Militar, muitos candidatos podem ser prejudicados. “O edital foi claro, ele requisita que seja feito um exame clínico de hanseníase por médico dermatologista. Então, se o candidato foi atendido por um médico que se disse dermatologista, ele vai ter que responder por isso, perante a pessoa. Você de repente, pode está perdendo toda uma vida pela frente, por um simples ato falho, provocado por um profissional médico. Nenhum profissional médico pode exercer uma área dizendo que é especialista numa área se ele realmente não for”, esclarece o Dr. Régis Júnior.

De acordo com as informações do especialista, cerca de três mil candidatos podem não conseguir prosseguir. “A não ser que o Departamento da Polícia Militar consiga prorrogar um pouco essa apresentação de exames. A Sociedade de Dermatologia /Regional do Maranhão manifesta apoio à população e lembra que o profissional que está fazendo isso não pode dizer que não sabia, haja vista que faz tempo que a SBD/MA vem divulgando”, reforma o médico especialista em Dermatologia.

Principais diagnósticos diferenciais das formas clínicas da Hanseníase

1. Lesões Maculares: Podemos listar, entre os diagnósticos diferenciais, nevos hipocrômicos e anêmicos, vitiligo, pitiríase versicolor, treponematoses, como sífilis e pinta, hipocromia residual pós-inflamatória, dermatite seborréica e a pitiríase alba.

2. Placas Infiltradas: Constituem diagnóstico diferencial destas lesões a psoríase, dermatite seborréica, pitiríase rósea de Gibert, esclerodermia localizada, líquen plano, líquen mixedematoso, sarcoidose, lúpus eritematoso, tinea corporis, leishmaniose, cromomicose, esporotricose, tuberculose, paracoccidioidomicose e parapsoríase.

3 Lesões anulares: Estão entre os diagnósticos diferenciais a tinea corporis, o granuloma anular, a necrobiose lipoídica, o eritema anular centrífugo e o eritema multiforme

4. Lesões papulares a nodulares: Neurofibromatose de von Recklinghausen, sarcoma de Kaposi, leishmaniose, sífilis, paracoccidioidomicose, lobomicose, xantomatoses, farmacodermias, e hematodermias.

5. Infiltração difusa disseminada: Leishmaniose difusa anérgica, linfoma cutâneo de células T (micose fungóide), síndrome de Sezary, leucoses com disseminação cutânea e mixedema generalizado, associado ao hipotireoidismo.

6. Neuropatias: Além da hanseníase, o espessamento de nervos periféricos é encontrado em neuropatias, muito pouco freqüentes, como a de Charcot-Marie-Tooth, a doença de Déjérine-Sottas e a doença de Refsum, que podem ser consideradas no diagnóstico diferencial. As polineuropatias, com alterações sensitivas ,motoras, ou ambas, também são incluídas nesta lista. Doenças com perda predominante da função motora incluem a difteria, o botulismo, a mononucleose infecciosa, a brucelose, a porfiria, intoxicação por ouro, além da doença de Déjérine- Sottas. A disfunção predominantemente sensorial pode ocorrer na leucemia, doença de Hodgkin e na isquemia neuropática. A perda mista, motora e sensorial, semelhante à da hanseníase, ocorre na intoxicação por arsênico, brômio, tálio ou mercúrio, por uso de drogas, como isoniazida e talidomida, e nas doenças como o diabetes mellitus, amiloidose, lúpus eritematoso sistêmico e esclerodermia.

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