Especial Queen

Fabi Silva fala do protagonismo das mulheres negras no Dancehall e rasga elogios ao reggae no Maranhão

Pesquisadora, dançarina e professora, Fabiana Rodrigues da Silva, está no line-up do "Especial Queens", que traz atrações com 100% por mulheres. Ela disse que é impossível o reggae na Jamaica sem pensar em São Luís.

Pedro Sobrinho/Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56

A pesquisadora, dançarina e professora, Fabiana Rodrigues da Silva, que compõe o line-up do Especial Queens, ressalta a importância de São Luís, como a Jamaica Brasileira, e como o reggae consumido na capital maranhense influenciou na pesquisa dela sobre o Dancehall e a sonoridade jamaicana.

Fabiana Silva fala da força da mulher brasileira no Dancehall e rasga elogios ao reggae no Maranhão. Foto: Divulgação
Fabiana Silva fala da força da mulher brasileira no Dancehall e rasga elogios ao reggae no Maranhão. Foto: Divulgação

- Ainda não tive a oportunidade de conhecer pessoalmente este povo maravilhoso de São Luís. Durante as minhas pesquisas sobre Dancehall São Luís foi essencial para eu entender sobre a Jamaica, para eu entender sobre este processo histórico, a chegada do reggae aqui, pesquisar bem. Não tem como a gente não passar pelo desenvolvimento do reggae, fases do reggae. Me inspira muito ver o quanto esta cultura é forte para vocês. O quanto vocês conseguem colocar a nossa corporeidade, o quanto vocês conseguem colocar o nosso jeito desta cultura e fazer algo único. É por isso que acredito muito na dança. Então, quero deixar meu muito obrigado de verdade e dizer que vocês fazem parte de toda esta história. É impossível em pensar o reggae na Jamaica sem pensar em São Luís do Maranhão - elogia.

Fabi Siva está no line-up no evento internacional intitulado “Especial Queens” traz ao público brasileiro um line-up composto 100% por mulheres com aulas de Dancehall Queen e Female Steps, ou seja, do estilo de passos femininos do dancehall jamaicano.

São um total de 10 aulas, ministradas por artistas do Brasil, Argentina, Peru, Venezuela e Chile. Além da parte prática, o evento encerra nesta segunda-feira com um bate-papo para disseminação e debate de informações teóricas sobre esta cultura e vertente feminina.

Ela disse que o objetivo do evento é resgatar o protagonismo feminino e preto dentro do dancehall, e principalmente no Brasil.

- Precisamos expandir as narrativas e abrir espaço para que as mulheres tenham seu devido lugar de importância na cultura dancehall, e sobretudo na linguagem da dança no Brasil que sempre teve o referencial feminino baseado na estética branca europeia. As mulheres pretas são as maiores referências, tanto nos espaços de ensino de dança, como na produção de músicas. Elas se tornam inspiração, mas não ascendem profissionalmente como os homens. É necessário o resgate da nossa ancestralidade, da valorização da força e da potência do feminino, em seu sentido mais amplo e matriarcal que semeou essa cultura em todo o mundo e a mantêm nutrida - defende.

Perfil

Fabi Silva é uma artista do corpo mineira, que vive em São Paulo desde 2010, tendo como missão motivar e facilitar a experiência de pessoas que desejam se conectar com a potência feminina, ancestralidade e empoderamento. Formada em Pedagogia, atua como arte-educadora, pesquisadora, dançarina e professora de danças relacionadas a diáspora africana. É uma referência brasileira, na dança da cultura jamaicana dancehall, que pesquisa desde 2010 e atualmente presta serviços para centros de defesa e convivência das mulheres e em equipamentos da secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

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