Patrimônio Imaterial do Brasil

DJ Grace Kelly faz elogios ao tambor de crioula do Maranhão

Baiana de nascença e alemã de convivência, Grace Kelly falou da importância do tambor de crioula no contexto de sua pesquisa.

Pedro Sobrinho / Jornalista

Atualizada em 27/03/2022 às 10h56
DJ Grace Kelly em visita ao Maranhão
DJ Grace Kelly em visita ao Maranhão (Divulgação)

Baiana de nascença e internacional na convivência desde que aterrisou em Berlim em 1996, Grace Kelly ilumina e enriquece a cena cross cultural de DJs mundo afora.

Em sua passagem meteórica pelo Maranhão, onde visitou São Luís e as belezas naturais de Atins, em Barreirinhas, a DJ Grace Kelly trocou informações com os "deejays" locais no 'MUNDO MIX', rolê que apresenta mundo afora, e aconteceu no último dia (15/3), no Espaço Cultural Trem das Onze, em São Luís, ciceroneada pelos 'deejays' locais Tarcísio Selektah e Pedro Sobrinho.

Ela, ainda, teve tempo para uma rápida entrevista, em que destacou a sua vinda ao Maranhão, após 23 anos morando fora do Brasil.

- Como boa sagitariana gosto de correr mundo para descobrir coisas novas, gente nova, cultura nova. É o momento de fortalecer as raízes aqui no Brasil depois de 23 anos na Alemanha. O Maranhão é muito importante, assim como tambor de crioula é uma coisa forte pra mim. Me identifico muito. Ajuda muito no decorrer deste processo de fortalecimento da cultura preta de raiz e na minha pesquisa musical - esclarece.

Depois de São Luís, a DJ Grace Kelly viajou para São Paulo. E indagada sobre projetos para 2019, ela anunciou uma música remixada produzida com a feminista negra, rapper, DJ e produtora, Luana Hansen, destaque também no campo dos direitos humanos.

Ativismo

Alinhada a sua rural e urbana bagagem brasileira, Grace Kelly estreia em 1998 como ritmista no Afoxé Loni, bloco carnavalesco que durante anos abriu o Karneval der Kulturen em Berlim.

Em seguida, é convidada a atuar como DJ no festival Heimatklänge (Sons da Terra), onde torna-se presença constante e benvinda.

Passa a ser percebida e conhecida e é convidada por diversos teatros*, clubes** e festivais como a Berlinale e Berliner Festspiele.

Mundanidades

Sua festa MUNDO MIX conquista um público internacional além do já constante e multicultural público berlinense.

De sina viajante, já fez vibrar corpos e tremer espaços em Mykonos, Bali, na Grã-Bretanha, Itália, Marrocos, Polonia, Luxenburgo, Brasil, Suiça, Áustria, Israel e nos Países Baixos.

“Cross-Cultural”, ela mistura música afro-brasileira e latinoamericana com electro e house, breakbeats orientais e ritmos do leste europeu.

Paralelamente Grace produziu mensalmente durante anos o evento Mundo Mix – World Wide Dance Music e seu próprio programa de rádio na emissora MultiKulti RBB onde difundiu e divulgou a música brasileira além dos clichês e do circuito mainstream.

E pra tudo arredondar, toca, batuca e canta na banda de mulheres Rainhas do Norte que desde 2003 estusiasma um crescente público com ritmos nordestinos (maracatu, coco, ciranda, baião, perré, frevo, ijexá etc) e composições próprias, algumas delas já registradas no CD Cada Uma, do selo globalista.

A DJ Grace Kelly foi uma das artistas convidadas para o último dia da Copa da Cultura 2.0 (o evento – que contempla música, futebol e arte durante o mês do Mundial de futebol, na Casa das Culturas do Mundo, em Berlim). Bixiga 70, Emicida, Ed Mota, Sérgio Mendes, Tulipa Ruiz, também representaram a música brasileira no evento.

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