Comerciais leves e motos impulsionam setor automotivo em 2023
Após crescimento geral de 12%, Fenabrave espera que todos os segmentos cresçam na ordem de dois dígitos em 2024, com a melhora do crédito.
As vendas de veículos leves cresceram 11,33% em 2023 sobre o ano anterior, impulsionadas mais em função dos comerciais leves (20,44%) do que pelos automóveis (9,13%). Em volume, foram 2,179 milhões de unidades de leves emplacadas.
No setor automotivo em geral (incluindo pesados, duas rodas e implementos rodoviários), o ano encerrou com alta de 12% (3,979 milhões de unidades), com destaque também para as motocicletas (16,1%), com 1,581 milhão de licenciamentos. O ano foi difícil para os caminhões, que tiveram retração de -16,39% (104.155 unidades).
Os dados são da Fenabrave, entidade que reúne 7.400 concessionárias em todo o país.
“O setor automotivo teve uma recuperação importante, que deve ser celebrada. Foi a primeira vez desde 2019, que tivemos mais de 2 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados no ano”, lembra Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
Ele também ressaltou que as medidas provisórias que estimularam o setor deram um impulso, “mas é necessária a busca de soluções permanentes que mantenham o mercado aquecido”.
As expectativas são positivas para 2024, principalmente em função de uma melhora no crédito e a retomada dos financiamentos. Nas projeções da Fenabrave, o segmento de leves deve crescer 12%, o de caminhões avançar 10%, ônibus, 20%, e motos, 16%.
Andreta Jr defende que o setor só vai crescer se produzir em escala. Para isso, uma das soluções é a renovação de frota, que pode ocorrer, entre outras ações, com o escrapeamento dos veículos (destruição para sucata, com o devido aproveitamento de componentes para reciclagem). Nas contas do executivo, de 64 milhões de veículos emplacados no país, 11 milhões não circulam.
Top 10 dos mais vendidos em 2023
O fechamento do ano coroa mais uma vez a Fiat Strada como o veículo leve mais vendido do Brasil. A picape, que recebeu uma versão 1.0 turbo no segundo semestre, liderou com folga o segmento de picapes pequenas com 72% de participação.
Sem Gol, deu Polo. O compacto da Volks conseguiu honrar seu antecessor e extrapolar as expectativas. Em 2022, enquanto 72.606 unidades do Gol, que sairia de linha, foram vendidas, o Polo emplacou apenas 8.193 unidades. Somando os dois modelos, chegaram a 80.799 licenciamentos naquele ano.
Em 2023, o Polo saltou para 111.242 unidades, com a renovação da linha e a chegada da Track, a versão de entrada. Vale registrar que quase 60% dessas vendas do Polo foram direcionadas para locadoras e frotas.
Mesmo sem recuperar a liderança, o Onix conseguiu manter sua boa performance, bem à frente do HB20.
No segmento de SUVs, que avançou 13% em volume em 2023, o Volkswagen T-Cross liderou.
Confira a seguir os veículos mais emplacados em 2023 no Brasil.
Modelo Unidades
1º Fiat Strada | 120.600 |
2º Volkswagen Polo | 111.242 |
3º Chevrolet Onix | 102.043 |
4º Hyundai HB20 | 88.905 |
5º Chevrolet Onix Plus | 74.887 |
6º Fiat Mobi | 73.428 |
7º Volkswagen T-Cross | 72.441 |
8º Fiat Argo | 66.717 |
9º Chevrolet Tracker | 66.643 |
10º Hyundai Creta | 65.817 |
Fonte: Fenabrave
BYD dispara nas vendas e lidera entre importados
As dez marcas importadas que fazem parte da Abeifa registraram juntas aumento de 127,7% nas vendas (41.501 unidades em 2023 contra 18.224 em 2022).
A compra antecipada de híbridos e de elétricos, a partir do anúncio do aumento da alíquota do imposto de importação em novembro, impactou fortemente nos dados de desempenho das filiadas.
A chinesa BYD liderou os emplacamentos (17.946 unidades), com dois destaques: o híbrido Song Plus (7.672) e o elétrico Dolphin (6.812). Em relação a 2022, o crescimento da BYD foi de 6.800%: naquele ano somou apenas 260 unidades.
A Volvo vem na sequência com 8.182 veículos vendidos, tendo como destaque o híbrido XC60, com 4.335 unidades.
A Porsche foi a terceira marca que mais vendeu importados da Abeifa em 2023, com 5.203 licenciamentos, sendo 1.465 unidades do Cayenne e 1.308 do Macan.
A nova política de alíquota do imposto de importação até 35% para eletrificados, faseada até julho de 2026, é punitiva ao nosso setor, reclama João Henrique Garbin de Oliveira, presidente da Abeifa.
“Nossas associadas estruturaram seu planejamento estratégico/comercial para 2024, além de ter produção em andamento em suas matrizes, unidades em trânsito por via marítima e até compromissos já firmados com as concessionárias para os primeiros meses do ano”, afirmou.
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. Acesse: linktr.ee/viadigitalmotors E-mail: lucia@viadigital.com.br
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