Após descontos, agosto tem retração nas vendas
Juros ainda altos e restrição de crédito travam crescimento do mercado de veículos após a fase de incentivos do governo. Fabricantes acreditam em recuperação.
Passados os três meses em que a Medida Provisória 1.175 (com a extensão da MP 1.178) do governo federal promoveram descontos a veículos leves, o mercado faz seu balanço e projeções.
Em agosto, mesmo ainda com reflexo de algumas promoções, houve redução na venda de automóveis em -13,16% em relação a julho, o melhor mês do ano. Com o crescimento de 11,36% em comerciais leves, o saldo ficou em -8,73% entre automóveis e comerciais leves.
“As Medidas Provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado, mas o resultado de automóveis em agosto, agravado pela piora na oferta de crédito, já deixa clara a necessidade de uma política de fomento industrial de longo prazo. Isso porque algumas marcas ainda tinham saldo de veículos com descontos patrocinados a oferecer, o que fez com que o resultado não fosse ainda pior”, explicou José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave.
Para ele, a evolução sobre 2022 é positiva (+13,7%), mas deve-se neste ano, não há sinais de que haverá uma forte recuperação na segunda metade do ano.
Já a produção de agosto, de 227 mil unidades (24% sobre julho), praticamente igualou o recorde do ano, que foi de 228 mil unidades em maio. No acumulado do ano, já são 1,542 milhão de autoveículos produzidos, com uma leve queda de 0,4% em relação aos primeiros oito meses de 2022.
Numa análise da Anfavea, que exclui da conta os modelos subsidiados, foram 160 mil unidades sem bônus vendidas em julho, ante 205 mil em agosto, o que confirma um viés de recuperação do mercado, embora ainda de maneira tímida. As vendas acumuladas do ano estão em 1,432 milhão de unidades, volume 9,4% superior ao do ano passado.
No acumulado de emplacamentos até agosto no Brasil, a picape da Fiat mantém boa vantagem, e a briga atual está entre os compactos de Chevrolet e Volkswagen. O Polo, aliás, foi o carro mais vendido durante a campanha de descontos.
Top 10 dos mais vendidos até agosto
Modelo Unidades
1º Fiat Strada | 73.803 |
2º Chevrolet Onix | 62.715 |
3º Volkswagen Polo | 62.412 |
4º Hyundai HB20 | 54.180 |
5º Chevrolet Onix Plus | 49.192 |
6º Volkswagen T-Cross | 46.038 |
7º Fiat Mobi | 45.616 |
8º Fiat Argo | 44.971 |
9º Chevrolet Tracker | 40.773 |
10º Hyundai Creta | 40.457 |
Fonte: Fenabrave
Ford lança mais quatro versões da nova Ranger
A nova Ford Ranger chegou ao Brasil em junho, nas versões V6 4x4 XLT (R$ 289.990) e Limited (R$ 319.990). Agora, a Ford Pro, divisão de veículos comerciais da marca, complementa o portfólio com as versões XL e XLS, voltadas ao trabalho e frotas, sempre de cabine dupla.
A versão de entrada XL (R$ 239.990) vem com o novo motor 2.0 turbodiesel de 170 cv, transmissão manual e tração 4x4.
As intermediárias XLS (R$ 234.990 4x2 e R$ 259.990 4x4) oferecem o motor 2.0 com transmissão automática de seis velocidades e tração 4x2 ou 4x4.
Há ainda a inédita versão XLS (R$ 279.990), que completa a gama, com o motor mais forte da linha, o novo 3.0 V6 turbodiesel de 250 cv, acoplado à transmissão automática de 10 velocidades e tração 4WD.
Toyota testa híbrido plug-in flex no Brasil
A Toyota do Brasil iniciou experimentos internos utilizando etanol em conjunto com a tecnologia híbrida plug-in. Os testes estão alinhados com os planos de investimento em avaliação para o próximo ciclo e a uma possível futura produção nacional de veículos PHEV-FFV (híbridos plug-in flex fuel).
O modelo utilizado é um híbrido plug-in (PHEV) RAV4, no laboratório da Toyota do Brasil. Sua base é um sistema “híbrido full”, similar ao utilizado no Corolla e Corolla Cross, que tem bateria de alta capacidade e um motor elétrico de maior potência, gerando uma eficiência energética em torno de 70% maior quando comparado com modelos movidos somente a combustão, pois tem energia suficiente para mover o carro exclusivamente no modo elétrico por longas distâncias.
“Fomos os primeiros a defender os híbridos e híbridos flex como peças fundamentais, pois são soluções práticas, acessíveis e que não dependem de infraestruturas importantes. O híbrido plug-in flex combina o melhor de dois mundos: elétrico com zero emissões para viagens urbanas diárias e combustão com baixas emissões para longas distâncias. Além disso, ainda estamos contribuindo com a pesquisa do uso de hidrogênio a partir de etanol para carros de passageiros no Brasil”, disse Rafael Chang, presidente da Toyota do Brasil.
*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br e do canal @viadigitalmotors no YouTube. E-mail: lucia@viadigital.com.br
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