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Coluna Via Digital por Lucia Camargo Nunes, economista e jornalista especializada no setor automotivo.
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Nissan terá carro elétrico sem recarga na tomada

Montadora anunciou que vai trazer para a América do Sul o novo conceito de eletrificação e-Power a partir de 2023.

Lucia Camargo Nunes*

Atualizada em 02/05/2023 às 23h39
A montadora de origem japonesa anunciou que vai trazer para a América do Sul um sistema pioneiro de eletrificação.
A montadora de origem japonesa anunciou que vai trazer para a América do Sul um sistema pioneiro de eletrificação. (Foto: Divulgação)

BRASIL - A Nissan quer promover um grande passo da eletrificação em massa. A montadora de origem japonesa anunciou que vai trazer para a América do Sul um sistema pioneiro de eletrificação. Trata-se do e-Power, que inova por ser um sistema para veículo elétrico que não precisa ser recarregado na tomada.

Funciona assim: um pequeno volume de gasolina fornece energia para acionar um gerador, que por sua vez carrega as baterias que vão impulsionar o motor elétrico do veículo.

Ou seja, o sistema, com alto nível de eficiência, dispensa a recarga e funciona a partir de combustão interna. Por isso, não está descartado utilizar a tecnologia flex, mas ela ainda precisa ser desenvolvida, segundo explicou Chris Reed, VP Regional Senior de Pesquisa e Desenvolvimento Nissan Américas.

Tudo em estudos

A Nissan anunciou que a tecnologia e-Power chega à América do Sul em 2023, sem detalhar países ou veículos.

Para o Brasil, uma das possibilidades é importar o Kicks e-Power da Tailândia. Outra suposição seria a Nissan desenvolver o e-Power com tecnologia flex para estrear na sua produção nacional – que poderia ser no próprio Kicks, ou em um novo SUV médio, ainda sob sigilo, que vai fabricar em Resende (RJ).

O Nissan Kicks e-Power asiático, o mesmo que será lançado este semestre no México, rende 136 cv em seu motor elétrico e 28,5 kgfm de torque. O consumo é de cerca de 30 km/l. O atual Kicks flex brasileiro tem motor 1.6 de 114 cv, 15,5 kgfm e faz 12,5 km/l de consumo médio com gasolina.

“A oportunidade é enorme para o Brasil. Eu e Ricardo Abe [gerente de engenharia da Nissan América do Sul] estaremos no Japão no próximo mês e o etanol é uma ideia que queremos abordar para vender o e-Power no Brasil”, disse Reed.

Plataforma 99 quer ter 10 mil veículos elétricos rodando em até 3 anos

Os aplicativos de transporte promoveram uma revolução na forma de se locomover no Brasil. A 99, que começou com táxis, acaba de completar uma década. Faz parte da companhia global Didi Chuxing e expandiu seus negócios para pagamentos e entregas.

O primeiro unicórnio brasileiro com 10 anos de atuação no país, dá mais um passo com compromissos para contribuir pela mobilidade sustentável.

Para este ano, a meta é ter ao menos 300 veículos elétricos rodando pela plataforma. Em parceria com a Movida e o Banco BV, motoristas parceiros terão desconto de até 50% no aluguel de carros elétricos. O modelo disponível é o Nissan Leaf. Outra ação é o subsídio de R$ 1 mil aos condutores que aderirem a este programa, denominado Aliança Pela Mobilidade Sustentável.

Além da locadora e banco, outras empresas agregam a parceria: BYD, Ipiranga, Raízen, Tupinambá Energia, Unidas, Zletric e Caoa Chery. A 99 anunciou a compra de dois modelos Arizzo 5e para rodar em testes na sua frota.

De acordo com Thiago Hipólito, diretor de inovação da 99, o aluguel mais caro seria compensado pela economia de combustível e outros custos menores do veículo elétrico. Enquanto um modelo de entrada flex custa R$ 2 mil em aluguel ao motorista parceiro, um elétrico como o Leaf sai a R$ 4 mil. “Com a redução de 80% de seu custo operacional, ele economiza 25%”, diz Hipólito.

O objetivo da 99 é zerar a emissão de carbono no aplicativo até 2030. Antes disso, até 2025, a startup tem como objetivo chegar a 10 mil veículos elétricos circulando e contribuir com o aumento para 10 mil estações públicas de recarga até 2025 – hoje são cerca de 1.500 pontos.

Parceria com a BYD

Um modelo 100% elétrico feito sob encomenda pela BYD, montadora chinesa com a qual a Didi firmou uma joint venture, faz parte da frota da 99 e está rodando em testes por São Paulo. O D1 tem porta deslizante, muito espaço no banco traseiro e assoalho plano.

Com alcance de 370 km, o carro privilegia a eficiência ao desempenho. O carregamento da bateria leva de 10 a 12 horas.

A ideia é ter mais unidades do D1 rodando no Brasil na frota da 99 ainda este ano, sem detalhar a quantidade.

*Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br. E-mail: lucia@viadigital.com.br

Nissan terá carro elétrico sem recarga na tomada

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