SÃO PAULO - Na conta das medalhas que o Brasil pode ganhar no Pan do Rio, o futsal aparece como candidato quase que unânime ao ouro em sua estréia no programa pan-americano. A empolgação da torcida, porém, não seduz o craque Falcão e o técnico Paulo César de Oliveira. “Não podemos nos contaminar por todo esse auê”, esclarece Falcão. “Essa é realmente uma medalha com que todo mundo conta e nós, jogadores, achamos que temos condição de ganhar. Mas é preciso manter um alto grau de concentração para evitar surpresas”, afirma o ala, eleito pela Fifa o melhor jogador de futsal em 2004.
O técnico PC apresenta números que contestam tamanha expectativa. “Quem entra nesse clima não acompanha o futsal brasileiro. Há quase 12 anos a seleção não ganha um título de expressão (em 1996, foi campeã mundial). Fomos derrotados nos últimos mundiais (vice em 2000 e terceiro em 2004). E perdemos a última final que fizemos contra a Argentina (decisão do torneio KL World 5, em 2003). Agora, não existe mais a história de que atropelamos todo mundo.” Por isso, PC e Falcão alertam: além da Argentina, Paraguai e Equador são adversários perigosos.
Vencer o Pan do Rio é prioridade máxima para o futsal - o torneio, com oito seleções, acontecerá entre os dias 23 e 28 de julho, no Riocentro. Mas a competição será apenas o início de um momento especial para o esporte - o Mundial da categoria também será no País, em 2008. O sucesso de público dos oito amistosos que o Brasil organizou no mês de março só mostra o potencial da modalidade.
“A nossa briga, claro, é para que o futsal entre no programa olímpico. A realização do Pan será um grande passo. A quantidade de público que tem nos acompanhado chegou a assustar. O Comitê Olímpico Brasileiro, por exemplo, não tinha noção da popularidade. Mas é questão de tempo ampliar essa visão”, atesta Falcão.
O jogador, aliás, tem como meta pessoal conquistar seu primeiro título mundial - a seleção já ganhou cinco vezes. Mas também se preocupa com o fato de que, aos 30 anos, é sempre apontado como o único ídolo.“Particularmente, é um reconhecimento fantástico. Mas para o esporte um nome é muito pouco. Espero que o Pan sirva para que a torcida descubra novos ídolos, já que os atletas saem cedo do País e não criam uma identidade.”
Falcão nunca jogou fora do País e, no ano passado, recusou uma proposta do Barcelona. Para forçar o “reconhecimento” dos atletas, PC tem usado uma tática. “Estão jogando sem nome na camisa para forçar o torcedor a perguntar quem é.”
Com muitos selecionáveis no exterior - principalmente Espanha -, PC trabalha em duas frentes. “Tenho, hoje, duas seleções: uma dos que jogam na Europa e outra dos que atuam aqui.” Como a convocação será apenas no fim de junho, o técnico acompanha os atletas com ajuda da tecnologia. “Os jogadores que estão no exterior recebem um link para o nosso banco de dados e, periodicamente, informam o que treinam, quanto, qual o tipo de trabalho que fazem. Também recebo DVDs de jogos e procuro manter contatos telefônicos constantes.”
PC não acredita que a seleção brasileira de futsal, tal qual no futebol, terá sua base formada por atletas que vivem na Europa. “A proporção já foi de 90% a favor dos estrangeiros. Mas está caindo muito. A qualidade dos atletas que jogam aqui melhorou bastante”. Falcão, camisa 12, ala e capitão, sem dúvida ajudou a equilibrar a balança.
Com informações da Agência Estado.
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