Astro do futebol de areia se defende das acusações

Atualizada em 27/03/2022 às 14h39

RIO - Na tarde desta terça-feira, o jogador da seleção brasileira de futebol de areia, Jorginho, concedeu uma entrevista coletiva em um restaurante na praia de Copacabana para explicar seu suposto envolvimento com traficantes da Rocinha. Nela, o atleta admitiu que conheceu Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi, chefe do tráfico local, mas negou qualquer amizade com o sujeito.

Segundo Jorginho explicou, há mais de sete anos ele participa de peladas beneficentes na comunidade, com objetivo de angariar alimentos para a população, que o tem como ídolo.

"Meu envolvimento com a Rocinha não vem de agora. Já participei de várias peladas lá para ajudar os moradores. Sempre depois dos jogos acontecem festas, com refrigerante, cerveja. Várias pessoas vêm falar com a gente, tiram fotos. Nunca fiz nada de errado, tudo o que faço é em prol da comunidade", disse o jogador.

"Mas é claro que você estando lá, você acaba conhecendo todo mundo. A pessoa vem falar com você, você não vai falar? Tenho que tratar todo mundo bem. Meu intuito é ajudar a comunidade. Se tiver que falar com eles [traficantes] para ajudar, eu falo. Quisera eu que um dia não tenhamos mais traficantes nos morros", completou Jorginho, que disse nunca ter visto qualquer tipo de arma durante suas aparições na favela.

Na última segunda-feira, a polícia revelou um diálogo gravado do celular do traficante em que aparecia a voz do jogador, convidando uma outra pessoa a subir no morro, para participar de uma festa. Jorginho confirmou a conversa, mas disse que nem sabia quem estava do outro lado da linha.

"Depois que a tv mostrou esse diálogo, eu me lembrei. O Bem-Te-Vi chegou com o celular e pediu para eu chamar a pessoa do outro lado da linha. Então eu só disse: 'Sobe aí'. Pronto, só isso. Nem sei de quem se tratava. Se soubesse que daria tanta confusão, nunca teria feito isso. Não tenho nada a esconder, mas se for o caso, peço desculpas por esse equívoco", disse o atleta, que desde 1995 defende a seleção brasileira e já foi eleito três vezes o melhor do mundo na modalidade.

De acordo com o jogador, que disse também participar de peladas beneficentes na favela do Chapéu Mangueira e no Complexo do Alemão, seu objetivo na Rocinha era o de criar uma escolinha de futebol de areia para as crianças da comunidade. Um projeto social que já foi encaminhado para a Secretaria de Esportes da cidade.

"Nos meses de maio e junho eu fui muito lá, pois queria fazer a primeira escolinha de beach soccer em comunidades carentes. Procurei um lugar, professores dentro da comunidade e estou com o projeto na secretaria dos esportes. Mas, depois que estourou isso tudo, já perdi muitos parceiros que me ajudariam financeiramente no projeto", disse Jorginho, que encerrou:

"Nunca imaginei ficar exposto com isso".

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