SÃO PAULO - Uma das vagas para a final da Copa do Brasil começará a ser decidida por São Paulo e Santos nesta quarta-feira, às 22 horas (de Brasília), no estádio do Morumbi. Para o Tricolor, o jogo de ida das semifinais é uma primeira chance de salvar a temporada. Mais do que o único título possível para o time no ano, o torneio representa uma conquista inédita para a sala de troféus do clube. Já o Peixe sonha com a vaga na próxima Copa Libertadores e se apoia no bom retrospecto contra o rival para garantir a classificação.
As duas equipes paulistas se mantêm firmes na disputa pelo G4 do Brasileiro, mas ambas não abrem mão do troféu da Copa do Brasil. O São Paulo já vinha priorizando a competição desde a passagem do técnico Juan Carlos Osorio, que chegou a escalar os reservas em rodadas importantes do Nacional para preservar os titulares que duelavam no torneio eliminatório. Responsável por substituir o colombiano no comando do Tricolor, Doriva mantém uma linha de pensamento semelhante e enviará força máxima ao confronto.
O Santos chega para o clássico de peito estufado. Confiante e vivendo uma grande fase, o clube sabe que carrega até um certo favoritismo para o confronto desta semifinal. Nem mesmo o fato de jogar na casa do adversário amedronta a equipe da Baixada santista, que tem apenas uma vitória como visitante no Campeonato Brasileiro, mas ostenta um retrospecto de três vitórias, um empate e apenas uma derrota fora de casa nesta Copa do Brasil.
“A gente vai ter espaço, porque o São Paulo vai procurar fazer gol e vamos ter de aproveitar isso. Se a gente tiver a oportunidade de sair na frente, temos grandes chances de sair com o resultado positivo”, analisa o volante Renato, já esperando por um duelo aberto no Morumbi. “São duas equipes que têm ataques de muita qualidade. Então, acredito que é improvável ficar no 0 a 0. Mas a gente tem de segurar o ataque do São Paulo”, comenta Renato.
Para contrariar o jogador santista, o São Paulo apostará em Michel Bastos para o setor ofensivo do time. Recuperado de um estiramento no músculo posterior da coxa, ele entrará como titular na vaga que Rogério vinha ocupando. O atacante está impedido de atuar pelo São Paulo por já ter defendido as cores do Vitória na Copa do Brasil. “Agora eu estou 100% fisicamente e pronto para ajudar. Independentemente se for titular ou ficar como opção no banco, minha meta é ajudar os meus companheiros”, afirma Michel Bastos.
E para este primeiro desafio na briga por uma vaga na grande decisão, Dorival Júnior tem mais boas notícias do que fatos para lamentar. O técnico terá os retornos de Geuvânio, Gustavo Henrique. Depois de 45 dias sem jogar, o atacante deve começar no banco, também em função do grande momento de Marquinhos Gabriel. Já o zagueiro pode retomar seu posto ao lado de David Braz. Werley, que foi bem nos dois últimos jogos do Peixe, corre por fora nesta briga.
Mas a grande arma santista está mesmo no encaixe de seus principais jogadores. Renato, Thiago Maia, Lucas Lima, Gabriel e Ricardo Oliveira têm revezado no quesito protagonismo e têm dado a dinâmica ao time que Dorival tanto exige e que tem sido o pesadelo de seus rivais.
Já o São Paulo não deverá sofrer grandes alterações em relação ao time que Doriva armou no empate por 2 a 2 com o Vasco, no último domingo, no Morumbi. Sem os lesionados Breno e Carlinhos, o polivalente Rodrigo Caio surgirá mais uma vez como volante. A intenção de Doriva é usar a versatilidade do atleta para proteger o miolo de zaga constituído por Lucão e Luiz Eduardo.
“É o jogo do ano para nós, temos condições de passar para a final se fizermos um a boa partida no Morumbi e outra na Vila. Tenho certeza que, com o time focado, centrado nesses objetivos, vamos conseguir essa classificação”, diz Rodrigo Caio.
Renato, sempre muito cauteloso e pés no chão, principalmente na véspera dos grandes jogos, não esconde sua preocupação com um velho amigo, que hoje defende as cores são-paulinas: Luis Fabiano.
“Foram seis anos com ele no Sevilla. Para mim é um dos melhores centroavantes, ao lado do Ricardo Oliveira. Finaliza com a direita e com a esquerda. Cabeceia bem. O Luis é prejudicado pelas lesões. Se não fosse isso, estaria brigando pela artilharia. Ele cresce em decisão e tem de ter atenção. É um jogador que não pode ter espaço. Ele gira e finaliza. Não podemos nem deixar a bola chegar nele”, avisa o camisa 8.
Aos 36 anos, com a experiência de ter participado de momentos gloriosos como situações conturbadas e incômodas na carreira, Renato ignora completamente o fato do rival desta quarta entrar em campo em meio a um conflito intenso nos bastidores, principalmente por causa dos rachas na diretoria.
“A gente sabe que há problemas externos, mas, internamente eles vão querer vencer”.
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