Começa oficialmente neste domingo (23), o Carnaval promovido pelo governo do Estado com o show do grupo carioca Monobloco, na Praça Deodoro, em São Luís. Pelo palco passarão também Daniela Mercury, Diogo Nogueira, Israel Novaes e Paralamas do Sucesso, além de artistas locais. Para a secretária de Estado da Cultura (Secma), Olga Simão, a diversidade da programação reflete uma tendência nacional de atender à um público diverso, reflete também o Carnaval do Estado, marcado pela diversidade de ritmos. Em entrevista a O Estado na sexta-feira (21), Olga Simão fez um balanço das ações desenvolvidas pela pasta desde julho de 2012 (quando assumiu o cargo) até o início deste ano.
A secretária destacou também a Lei de Incentivo à Cultura, citou a parceria com a Fundação Municipal de Cultura (Func) na organização de ações para o setor na capital maranhense, falou sobre a participação, segundo ela, "marcante" do Maranhão na Conferência Nacional de Cultura, realizada no fim do ano passado e, principalmente, destacou a promoção do Carnaval na Região Metropolitana e no interior do estado.
O Estado - A programação do Carnaval da Praça Deodoro segue uma tendência multicultural, com a agregação de vários ritmos, como samba, axé e rock. Por que a Secma decidiu seguir essa linha na hora da escolha das atrações?
Olga Simão - É preciso destacar que o Carnaval do Maranhão é marcado pela diversidade de ritmos. A reunião dos mais variados ritmos em um mesmo palco, em diferentes dias, é uma tendência que está sendo seguida, com sucesso, por diferentes estados. O público, em sua maioria, aprova essa iniciativa do governo do Estado em reunir artistas e bandas consagrados pelo público e também é bom que se diga, interagindo com artistas locais. Portanto, trazer bandas de axé, grupos de rock para o Carnaval do Maranhão é para mostrar o quanto o público é diferente, com gostos diversos.
O Estado - Novamente são promovidos os cortejos de agremiações relacionados ao Carnaval de São Luís. O objetivo é reviver os carnavais antigos?
Olga Simão - Sim, e também fazer com que os grupos interajam, de forma mais direta, com o público, além de reativar uma parte da cidade, nesse caso a região central de São Luís, antes conhecida por seus eventos tradicionais e que, há muito tempo, não tinham esse destaque. Fizemos o cortejo no ano passado e tivemos a participação de diversas agremiações, desde blocos, escolas de samba, até tribos de índio e grupos de tambor de crioula. Foi um sucesso e, este ano, a participação foi ainda mais maciça, com cerca de 19 agremiações integrando o cortejo e outros tantos grupos se apresentando em três diferentes pontos da Praia Grande. Espero que, nos próximos anos, possamos ter condições de viabilizar novos eventos como este.
O Estado - Há uma vasta programação durante o Carnaval feita pela Secma na capital maranhense. E no interior do estado ? O que está previsto?
Olga Simão - A grande aposta da Secma para este ano, para a promoção do Carnaval, especialmente àquele de rua, é a inclusão nas programações locais da jardineira. Um verdadeiro palco volante que percorre diferentes municípios do estado, levando a alegria da folia para diferentes partes do estado. Amanhã [sábado, dia 22] a jardineira estará na cidade de Rosário e no próximo domingo [hoje] se deslocará para Presidente Juscelino. É uma forma de a gente levar o Carnaval para outras localidades.
É importante frisar também que o governo do Estado, por recomendação da governadora Roseana Sarney, incentiva por meio de parcerias ao longo de todo o ano a cultura nas cidades maranhenses. Uma prova de que, com diálogo, é possível, sim, fazer uma boa gestão e também levar a cultura para todo o Maranhão.
O Estado - A senhora mantém uma relação cordial com a Fundação Municipal de Cultura (Func), ligada à Prefeitura de São Luís, e vice-versa. Estão previstas novas ações entre Município e Estado no segmento?
Olga Simão - Temos uma boa relação com a Func, basta lembrar da organização das últimas edições da Feira do Livro. Nos circuitos do Carnaval, temos acordos para viabilizar as programações num mesmo espaço, para que um número mai-or de grupos se apresente. Isso é positivo para a cidade, sem dúvida. O diálogo é permanente e sempre deseja o melhor para a capital maranhense.
O Estado - Durante o período da Copa do Mundo, é esperado um aumento no número de turistas que visitarão a cidade de São Luís. O que será feito no período para divulgar a cultura local aos visitantes?
Olga Simão - Como a Copa do Mundo se iniciará em junho, apesar de São Luís não ser sede para partidas do evento, lançaremos como carro-chefe para apresentar aos turistas, no período, os grupos de bumba meu boi no São João. A montagem e organização dos arraiais e das diferentes apresentações terão como foco, além da presença da população local, a vinda dos visitantes. Vamos pensar em algo mais até junho para agregar, de forma ainda mais forte, a programação junina com a Copa do Mundo.
O Estado - Em novembro do ano passado, o Maranhão participou da Conferência Nacional de Cultura. Qual foi a participação do estado nas discussões?
Olga Simão - Muito positiva. Só para ter uma ideia, conseguimos incluir 80% das nossas propostas na agenda de discussões do evento. Isso reforça a nossa participação em um evento tão importante para a pasta. Membros de 130 municípios maranhenses integraram a nossa delegação em Brasília, o que deixa claro que foi feito um trabalho de qualidade e unificamos os representantes de diversos segmentos ligados à cultura num só projeto.
O Estado - Qual a análise que a senhora faz sobre a Lei de Incentivo à Cultura?
Olga Simão - Desde outubro de 2012, com base na renúncia fiscal e em acordos firmados com a iniciativa privada, conseguimos desenvolver ações e incentivar projetos e artistas que levam o nome do Maranhão a outras partes do país e do mundo. Somente no ano passado, foram recolhidos e investimos diretamente em projetos culturais cerca de R$ 10 milhões. Isso mostra que o poder privado acredita no que é feito no Estado e, em consequência, elevamos o nome do Maranhão.
O Estado - Por fim, quais os projetos que serão desenvolvidos pela Secma até o fim deste ano?
Olga Simão - A grande meta deste ano é a inclusão do estado no Sistema Nacional de Cultura (modelo de gestão que visa ao fortalecimento institucional das políticas culturais no Brasil). Para isso, falta apenas como pré-requisito a ser seguido pelo estado a formação do Plano Estadual de Cultura, o que deverá acontecer, via Assembleia Legislativa do Estado, até julho deste ano. Também temos como prioridade auxiliar a superintendência do Instituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na execução do PAC Cidades Históricas, que prevê uma série de reformas em prédios e vias da cidade.
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