O governo de Flávio Dino (PSB) deverá ter, a partir da sessão de hoje na Assembleia Legislativa, sete deputados compondo oposição na Casa. Até antes da operação Maranhão Nostrum, do Ministério Público Estadual, o Palácio dos Leões – desde 2015 – na verdade tinha de fato seis parlamentares no campo opositor a Dino. Em 2018, reduziu pela metade. Por divergências com Josimar de Maranhãozinho (PL), governador vai ter oposição maior no Legislativo Municipal.
Desde o fim de setembro, que o presidente estadual do PL e deputado federal Josimar de Maranhãozinho vem ensaiando sua saída do grupo governista. Por ser pré-candidato ao governo do Maranhão e perceber que não se encaixa entre os nomes de pré-candidatos palacianos, Maranhãozinho já indicava o desembarque do grupo de Flávio Dino.
Com a operação Maranhão Nostrum, que ocorreu dia 2 deste mês e teve Josimar e aliados como alvo, o presidente do PL decidiu assumir a postura mais clara de atacar o governo de Flávio Dino.
Com a narrativa de que a operação do Ministério Público teve motivação política, Maranhãozinho vem criticando os índices sociais e econômicos do governo maranhense e criticou o governador Flávio Dino no episódio do discurso do socialista em Chapadinha contra a prefeita da cidade, Belezinha (PL).
Esta postura de Josimar de Maranhãozinho deverá ser repetida pelos quatro deputados estaduais do PL na Assembleia Legislativa. A esposa do deputado federal, Detinha, Vinícius Louro, Leonardo Sá e Hélio Soares deverão mudar o tom em relação ao Palácio dos Leões.
Vinícius Louro já até iniciou na semana passada quando foi a tribuna da Casa criticar a operação do MP junto com a Polícia Civil.
“O que me chama a atenção, senhores deputados, é que, depois desses dois grandes eventos, depois do crescimento do deputado federal Josimar de Maranhãozinho ao Governo do Estado do Maranhão, acontece essa operação. O que eu entendo é que um deputado estadual para se ter uma ordem expedida para invadir a sua residência tem que ser por meio do Tribunal de Justiça, um deputado federal para ter uma ordem pra invadir a sua residência tem que ser por meio do Supremo Tribunal. E ali entraram por meio de um juiz singular”, disse o parlamentar.
Reunião
Continua após a publicidade..
Sobre a posição da bancada do PL na Assembleia Legislativa, que já faz parte de um bloco junto com o Republicano, o deputado federal Josimar de Maranhãozinho disse a O Estado que vai reunir hoje com os quatro deputados para bater o martelo sobre a posição a ser adotada.
Ainda segundo ele, o encaminhamento do PL é exatamente de se tornar oposição ao governo Flávio Dino.
“Vou reunir com eles amanhã mas o encaminhamento do PL é nesse sentido [oposição ao Palácio dos Leões]”, afirmou Maranhãozinho.
Operação
Segundo o Ministério Público Estadual, a Operação Maranhão Nostrum é resultado do Procedimento Investigatório Criminal nº 011660-750/2018, instaurado pelo Gaeco em 2018, para apurar possíveis fraudes em processos licitatórios para contratação da empresa Águia Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda. nos municípios maranhenses de Araguanã, Carutapera, Centro do Guilherme, Maranhãozinho, Pedro do Rosário e Zé Doca, entre os anos de 2014 a 2018.
Constatou-se, ainda segundo o MP, por meio das análises técnicas realizadas pelo Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD/MPMA), que a empresa Águia Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda. foi beneficiada em diversos certames, sendo os primeiros sócios Josimar de Maranhãozinho e Irismar Cunha Rodrigues, irmã do deputado.
De acordo com o Ministério Público, é estimado que, somente em sete contratos realizados com os municípios envolvidos, os valores alcançaram mais de R$ 14 milhões. Ao longo da investigação, observou-se que outra empresa, Construtora Madry, também pertencente aos investigados Josimar e Irismar Cunha Rodrigues, foi beneficiada no Pregão Presencial nº 03/2014 do Município de Araguanã, sendo a única licitante do certame a firmar o contrato no valor de quase R$ 1,6 milhão.
As investigações apontaram que, nos anos subsequentes, embora não tenha pactuado nenhum contrato com municípios maranhenses, a empresa recebeu o montante de R$ 6,2 milhões de outras empresas alvos da investigação. Essas empresas haviam firmado contratos com os municípios envolvidos. São elas: Tencol Terra Nova, Atos Engenharia, J B Construções, Terraplam Construção, Joas Consultoria, R L Nunes dos Santos Almeida, Josimar Viegas Almeida, Atos Engenharia, Projex Construções e Locações EIRELI – ME, Arbo Empreendimentos e Almeida e Lima.
Saiba Mais
- Aprovado PL que institui o Dia Estadual da Mulher Indígena
- César Pires pede transparência sobre gastos na infraestrutura
- Deputado destaca importância do agronegócio para o Maranhão
- Promulgada lei que reconhece fibromialgia como deficiência no Maranhão
- Deputada propõe criação da Carteira de Saúde da Mulher no Maranhão
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+Política