São Luís – Desde a última segunda-feira, 20, moradores da Avenida 1, no Vinhais, estão sem água nas torneiras. Essa já é a segunda vez que a região enfrenta o problema este ano, no entanto, é a primeira vez que a situação demora tanto para ser regularizada. O Estado visitou o bairro nesta sexta-feira (24), conversou com moradores e colheu depoimentos das pessoas atingidas.
Abgail da Silva, uma administradora que trabalha na região, está sendo afetada pela falta d’água. Ela explica que o normal é que haja água em dias alternados. “Aqui não tem cisterna e a caixa d’água já secou. Os funcionários da loja estão indo embora fedendo, não dá nem para tomar banho”, afirmou. Ela ainda ressaltou que mesmo com a precariedade do abastecimento, a conta de água continua vindo, inclusive, mais cara.
Em uma das esquinas da Avenida 1, o empresário Christian Veiga possui uma assistência para celulares e sua situação não é muito diferente da relatada por Abgail da Silva. “Por enquanto, estou sobrevivendo com o que restou na caixa d’água, o suficiente para realizar coisas básicas, como alimentação e para consumo. Ouvi dizer que tem relação com a baixa dos rios”, destacou.
Abgail da Silva e Christian Veiga já acionaram a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) para comunicar o problema, no entanto, não conseguiram uma resposta para a falta d’água. Procurada por O Estado, a Caema informou que o Sistema de Abastecimento de Água (SAA) de São Luís está passando por um processo de manutenção preventiva.
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“A Companhia acrescenta que tem intensificado os trabalhos a fim de que o abastecimento de água nas regiões mencionadas seja restabelecido, de forma plena, o mais rápido possível. Reforçamos que a Caema mantém abertos os canais de atendimento à população para registro de denúncias no Call Center 0800 7010 195, WhatsApp: (98) 99113 0195, aplicativo ‘Caema Mobile’, ou pelo site: www.caema.ma.gov.br”, comunicou o órgão em nota.
Transtorno
O professor Gabriel de Araújo Oliveira, residente na Rua 39, Vinhais, está há dois anos morando na região e conta que desde sempre precisou se acostumar com o racionamento de água. “Entretanto, nos últimos meses, em especial nos meses de agosto e setembro, o fornecimento tem sido interrompido com mais frequência, e quando vem a água, é em fluxo fraco e insuficiente”, esclareceu.
O professor frisou que procurou o serviço de atendimento ao consumidor da Caema no dia 18 de setembro, para reclamar da ausência de fornecimento – que deveria ocorrer naquele dia. “Apenas às 9h se iniciou o fornecimento. Hoje fiz uma reclamação na ouvidoria do site. Consultei os vizinhos e reiteram que compartilhamos o problema. Quando conversei com a atendente no sábado, ela me disse que na unidade regional do meu bairro estava atendendo apenas ‘grandes consumidores, como condomínios’ essas aspas eu confirmo, porque me chocou”, expôs.
A sorte de Gabriel Oliveira, segundo ele, é que possui duas caixas d'água. Ele explica que, geralmente, suas noites têm acabado quando a água não vem. “Nesses dias, evito fazer faxina, lavar roupas ou mesmo cabelo. Fico sem cozinhar e lavar louça. Preciso comprar água mineral, já compro galões grandes para não ficar com sede”, finalizou.
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