São Luís enfrenta um colapso no abastecimento de água há sete dias, quando houve o rompimento da adutora do Sistema Italuís, no KM-57 da BR-135, em Bacabeira. O problema, registrado na tubulação antiga, até hoje não foi totalmente solucionado e milhares de famílias ainda amargam o drama da escassez hídrica em seus lares. Sem água até para atender as necessidades básicas, boa parcela da população da capital vem sofrendo graves inconvenientes, desde longas caminhadas em busca do líquido precioso a gastos extras com a contratação de carros-pipa.
Para além dos inconvenientes causados à coletividade, o colapso despertou a atenção da classe política para o grave problema. Deputados estaduais de oposição, como Adriano Sarney, tentaram convocar a direção da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) para esclarecer os fatos, mas o pedido foi barrado pela maioria governista no Poder Legislativo. Seria uma excelente oportunidade para pôr a limpo uma situação, até o momento, injustificável, tendo em vista os investimentos federais milionários feitos nos últimos anos para a melhoria do abastecimento de água em São Luís.
Com a inauguração da nova adutora do Italuís, obra que o atual governo garante ter concluído, o drama da falta d’água já deveria ser coisa do passado. Mas o rompimento recente da tubulação antiga comprovou que o abastecimento satisfatório ainda é uma realidade distante para a cidade e seus habitantes. O que resta é torcer para que haja vontade dos governantes e competência técnica para que novas perspectivas nessa área se abram. Em tempos de pífia representatividade política local no plano nacional, a possibilidade de incremento é mínima.
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Há quem defenda a privatização da Caema não só como solução para o drama do desabastecimento, como para a melhoria dos indicadores de saneamento básico. Seria essa a única medida capaz de propiciar aos municípios maranhenses atendidos pela empresa um abastecimento verdadeiramente eficiente, condizente com as necessidades da população? Como o coro dos insatisfeitos só aumenta, a tendência é que a mobilização da sociedade maranhense e da classe política em defesa da transferência da empresa para a iniciativa privada se intensifique.
Apesar da má qualidade do atendimento que presta à população, a Caema cobra uma tarifa elevada, contestada pela maioria dos usuários, que apontam a desproporcionalidade entre o serviço que a companhia oferece e a compensação financeira que obtém. A deficiência é apontada tanto no abastecimento de água, quanto no tratamento do esgoto produzido. Sobre o saneamento, há uma prova inconteste de ineficácia: o elevado índice de poluição das praias da região metropolitana de São Luís, que desde dezembro do ano passado estão totalmente impróprias para banho, conforme atestam sucessivos laudos oficiais.
Caso a direção da Caema tivesse a convocação aprovada pela Assembleia Legislativa, muitas questões obscuras, até o momento, poderiam ser esclarecidas. A companhia poderia, até mesmo, justificar a precariedade dos seus serviços. Seria, também, a oportunidade de buscar saídas. Também seria a chance de reforçar a certeza, cada vez mais cristalina, de que o melhor destino para a companhia é a privatização.
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