São Luís - Quem é mãe ou ainda vai ser sabe que um dos momentos mais aguardados durante a gestação é a amamentação. É aí que o amor passa a nutrir corpo e coração.
Para a estudante de odontologia, Johelen Gomes, o sonho de ser mãe chegou há dois meses, após o nascimento da primeira filha, Maria Júlia. No início da gestação, ela conta que pesquisava superficialmente sobre as dificuldades durante o período de amamentação, e o medo diante dos relatos de dor eram inevitáveis.
“Quando a minha filha nasceu, eu fui pega de surpresa, pois eu não sabia que produziria tanto leite e ela não pegaria de primeira. Eu não contava que ela teria uma sucção tão forte, o que acabou me machucando muito no inicio”. Os sufocos nos primeiros dias não assustaram a mamãe de primeira viagem e deixar de amamentar não se tornou uma opção. “Eu sabia que meu leite era o único alimento que minha filha precisava, por isso não desisti”, relata Johelen Gomes.
Sabe o colostro? Aquele primeiro leite gerado pela mãe? Ele é considerado a “primeira vacina do recém nascido”. É o que destaca a pediatra do Sistema Hapvida, Aline Barros.
“O leite materno é rico em proteínas, vitaminas e minerais. Todos os aminoácidos contidos neste alimento são anticorpos que servem para nutrir o recém nascido. Além disso, é ele que fornece proteção para uma série de doenças, fortalecendo o sistema imunológico contra infecções, distúrbios intestinais e alergias”, enfatiza Aline Barros.
Uma estratégia interessante - Agosto Dourado
Agosto é o mês escolhido para incentivar as ações de proteção e apoio ao aleitamento materno. “Esse nome não é à toa. A cor dourada corresponde ao primeiro leite produzido pelas mamães, o colostro, intitulado como padrão ouro de qualidade”, explicou a médica pediatra.
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Para vencer, Johelen contou com uma rede de apoio de profissionais da saúde que a encorajaram a não desistir de amamentar apesar de todo desconforto vivido. “Eu pude contar com as enfermeiras do banco de leite da maternidade. Elas eram muito humanas e me passaram muitas instruções de como proceder depois de sair do hospital”.
Para mobilizar a sociedade sobre a importância dessa medida e fortalecer o incentivo a mulheres a amamentar, o Ministério da Saúde lançou, no dia 29 de julho, a campanha "Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira”.
As estratégias em favor do aleitamento materno vem apresentando bons resultados, é o que apontam os dados do Ministério da Saúde. Entre os índices nacionais, destacam-se o aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses, que aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7% em 2020. Seguido do aleitamento para crianças menores de quatro anos, que passou de 4,7% para 60% no mesmo período.
Benefícios além da nutrição
Para a professora da Estácio e psicóloga, Cassiane Amaral, a relação do amamentar vai muito além de apenas suprir uma necessidade puramente biológica. “A prática da amamentação na relação entre mãe e bebê, é fundamental para a construção deste vínculo”. Porém, é importante destacar que o vínculo também é construído independentemente se a mãe realizar o processo de amamentação oferecendo mamadeira para o bebê, esclarece a psicóloga.
Diante da importância da nutrição, se por acaso uma mãe não conseguir amamentar seu bebê por insuficiência de leite ou por qualquer outra razão, há a ocorrência de sofrimento da parte da mãe, quando há o desejo de amamentar e não se tem êxito. Para Cassiane, é importante não impor culpa sobre a mãe, já que os motivos pelos quais este fator ocorre variam da natureza de cada mulher.
Contudo, a psicóloga tranquiliza as mães e afirma que não há prejuízo da não realização do processo mais comum de amamentação sobre a saúde do bebê, já que existem outras formas de realizar este processo. E estas formas, são igualmente benéficas para seu desenvolvimento e para estabelecer a valiosa conexão afetiva entre mãe e filho.
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