São Paulo - Neste mês que se celebra o Agosto Dourado, ou seja, de incentivo ao aleitamento materno, muito se é falado sobre todos os benefícios para a saúde do bebê, porém o que muitos ainda não sabem é que o ato também contribui para diminuir o desenvolvimento do câncer de mama. A mensagem é da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) que considera fundamental disseminar essa informação. Segundo a entidade, estudo epidemiológico realizado por um grupo de médicos da Universidade de Curtin, na Austrália, revelou que há uma queda de 4,3% nas chances de a mulher ter a doença no período de 12 meses de amamentação e também há diminuição de desenvolver a doença na sua forma mais agressiva.
Para o doutor Anastasio Berrettini Junior, membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, a amamentação é extremamente benéfica na prevenção da doença, já que substitui o tecido glandular por gorduras nas mamas, gerando assim uma proteção contra os tipos mais agressivos do tumor. "Nesse período, ocorrem trocas de substâncias em que os hormônios agem como fator de proteção em relação ao câncer de mama. Esse mecanismo hormonal acontece a partir da estimulação do seio da mãe pela criança e, por isso, quanto mais a mãe amamentar, mais protegida ela está", afirma o mastologista.
O médico ressalta que quando falamos de risco ou de proteção, não estamos falando de blindagem, ou seja, é preciso estar sempre atenta com a saúde das mamas. "No período da amamentação - em que os peitos ficam cheios de leite - pode surgir, em alguns casos, um nódulo ou até mesmo um câncer, os quais acabam sendo mascarados pelo volume das mamas e podem ainda obstruir a saída do leite", afirma o mastologista, acrescentando que é essencial o acompanhamento médico durante toda a gestação.
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Amamentação x Mastite
Outro ponto importante que merece atenção é o risco de inflamações e doenças mamárias, como a mastite. Dr. Anastasio explica que a mastite da mulher que está amamentando ocorre quando o leite fica empedrado e o seio se torna uma porta de entrada para infecção. Isso ocorre porque o leite que fica estagnado fornece um ambiente propício para o aumento das bactérias e, se a mastite não for tratada precocemente, pode evoluir para um abscesso (pus). "Nesses casos mais graves, a mulher necessita de internação para realizar um procedimento cirúrgico, além de ser necessário interromper a amamentação", diz.
O médico reitera que o aleitamento materno é um processo longo e desafiador, por isso é importante a realização das consultas e o acompanhamento médico. "Recomendamos o exame clínico das mamas ao menos uma vez por trimestre. A amamentação ofusca o diagnóstico precoce do câncer de mama, portanto o exame delas no período da gravidez é de extrema importância", conclui o mastologista.
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