São Luís - O último laudo com as condições de balneabilidades das praias da Região Metropolitana de São Luís, divulgado no dia 6 deste mês pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), informa que todas as praias estão impróprias para o banho, exceto a do Mangue Seco, localizada na cidade de Raposa.
Mesmo assim, ontem pela manhã, havia várias pessoas tomando banho de mar, inclusive, idosos mesmo havendo as placas de proibição. Na praia do Calhau, tinham crianças brincando na areia e nas poças de água como também era possível observar uma água escura e com cheiro de podre, na foz do rio Calhau, que estava escorrendo em direção ao mar, denominada de Língua Negra.
A funcionária pública, Cláudia Silva, de 42 anos, disse que os seus filhos sempre quando vão à praia, geralmente, tomam banho de mar e brincam na areia. “Crianças gostam de praia, brincar na areia e tomar banho de mar. Então, fica difícil trazer uma criança nesse local e não tomar um banho de mar mesmo estando poluído”, contou Cláudia Silva.
Impróprio
A Sema informou que esse laudo de balneabilidade foi feito pela equipe do Laboratório de Análises Ambientais (LAA) e refere à ação de monitoramento realizada no período de 5 de abril deste ano até o último dia 3. O monitoramento obedece aos padrões estabelecidos na Resolução CONAMA nº 274/2000 e foram coletadas e analisadas amostras de água de 22 pontos distribuídos ao longo da orla marítima da Ilha.
Segundo a Sema, todos os 21 trechos analisados das praias da Ponta d’Areia, Ponta do Farol, São Marcos, Calhau, Olho d´Água, Meio, Araçagi e Olho de Porco estão sem condições de uso pelos banhistas. Apenas, a praia do Mangue Seco, em Raposa, está própria para o banho.
Para a Sema, a ocorrência de chuvas influência de foma negativa na qualidade das águas das praias, considerando que ocorre maior carreamento de matéria orgânica oriunda da lavagem das vias públicas para os rios e, consequentemente, para os mares.
Riscos
De acordo com os profissionais da área de saúde, frequentar praias com água poluída ou areia contaminada oferece uma série de risco a saúde. Uma delas é o ser humano adquirir uma gastroenterite, que é a inflamação do trato gastrointestinal que afeta diretamente o estômago e o intestino delgado.
O paciente dessa enfermidade, geralmente, sente náusea de vômito, dor de estômago, diarreia, dor de cabeça e febre. Dependendo da gravidade, essa doença é combatida com o uso de antibióticos. Também outras enfermidades adquiridas pela ingestão da água contaminada são a hepatite A e a febre tifóide. A primeira doença é uma infeção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA), que entra no organismo, atinge o aparelho digestivo e se multiplica no fígado, causando inflamação. Entre os sinais clássicos da doença estão febres, dores musculares, mal-estar, cansaço, náuseas e vômitos.
Já, a febre Tifoide é causada pela bactéria Salmonella entérica typhi. Ao entrar no organismo, ela atravessam a parede do intestino delgado e caem na corrente sanguínea. É neste momento em que aparecem os primeiros sintomas, como febre prolongada, cefaleia, alterações intestinais que vão da constipação à diarreia com sangue, falta de apetite, mal-estar, dores abdominais, náuseas e vômitos, além do aumento do fígado e baço.
Ação pública
Após o Ministério Público Federal impetrar uma ação civil, a Justiça Federal determinou que a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) se adeque aos parâmetros do licenciamento ambiental para o lançamento de efluentes líquidos e sólidos pelas suas estações de tratamento de esgoto (ETEs), no prazo de até seis meses. Defeitos nesses equipamentos e nas estações elevatórias de esgoto (EEEs) estão poluindo as praias, manguezais e os rios da capital com a água de esgoto não tratado.
De acordo com decisão, a Justiça Federal reconheceu o mau funcionamento de um conjunto de equipamentos da Caema, como as estações de tratamento do Jaracati, Bacanga e Vinhais, além de diversas estações elevatórias, o que foi comprovado por análises laboratoriais de amostras do esgoto.
Em alguns casos, foi verificado que os esgotos são simplesmente liberados, como acontece no rio Pimenta e na praia do Olho d'´Água, em outros verificou-se problemas recorrentes nas estações de tratamento, especialmente, com os sistemas de ozonização, além de diversas fases de descontaminação.
O Estado entrou em contato com assessoria de comunicação do governo estadual para saber informações sobre as medidas tomadas para resolver a problemática, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
Saiba Mais
Balneabilidade da orla marítima da Grande Ilha
Praia da Ponta d’Areia: imprópria
Praia da Ponta do Farol: imprópria
Praia de São Marcos: imprópria
Praia do Calhau: imprópria
Praia do Caolho: imprópria
Praia do Olho d’Água: imprópria
Praia do Meio: imprópria
Praia do Araçagi: imprópria
Praia de Olho de Porco: imprópria
Praia do Mangue Seco: própria
Saiba Mais
- Banhistas passam o feriado na praia, mas temem balneabilidade
- Feriadão terá apenas 12 trechos de praias próprios para o banho na Ilha
- Praias próximas ao Rio Pimenta estão impróprias para banho
- Treze pontos de praia analisados pela Sema estão impróprios para banho
- Placas de balneabilidade autorizam banho de mar
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