São Luís- A Procuradoria Geral do Estado do Maranhão (PGE/MA), por meio do seu Centro de Estudos, Documentação e Divulgação Jurídica, realiza no próximo dia 8 de março (segunda-feira) o evento Dia Internacional da Mulher e a Contribuição de Maria Firmina dos Reis. A atividade acontece online, às 10h, na plataforma Zoom e faz parte do projeto PGE Literatura, coordenado pelo procurador Miguel Ribeiro Pereira.
Participam do evento a professora mestra em Ciências Sociais, Maria Natividade Rodrigues (UFMA) e a pesquisadora e também professora, Maria Carolina Medeiros, doutora em Comunicação (PUC/RJ), que vão abordar a obra e o papel da mulher, escritora, poetisa e abolicionista Maria Firmina dos Reis na sociedade e sua importância para os direitos humanos no Brasil.
O projeto tem como objetivo ligar a literatura ao mundo do direito: “um ajudando a explicar o outro”, destaca o procurador Miguel Ribeiro. Este ano, com base no legado de Maria Firmina dos Reis, serão abordados temas como memória e literatura; memória e narrativa de mulheres; além da importante contribuição da autora para o Maranhão e para o Brasil.
De acordo com o coordenador do evento, a importância dos direitos humanos para a sociedade e da luta milenar que vem sendo travada para sua afirmação torna cada vez mais necessária a abordagem do assunto. “Cada evento que a PGE realiza trazendo temas como esse, de uma autora tão aguerrida, é uma forma de afirmar a importância do direito”. Ressalta Ribeiro.
O PGE Literatura é um evento aberto a todos e a inscrição pode ser realizada, de forma gratuita, no site www.sympla.com.br. A confirmação de inscrição, o link para acesso ao evento e as orientações necessárias para a participação serão enviadas para o e-mail cadastrado. As inscrições podem ser realizadas até momentos antes do início do evento. Os participantes também terão direito a certificados.
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Maria Firmina dos Reis
Maranhense, nascida em 11 de março de 1822, com sua principal obra, Úrsula (1859), denunciou a condição crítica e o cenário de desigualdade a que eram submetidos os escravos e mulheres no século XIX, sendo precursora da temática abolicionista na literatura brasileira. O romance foi o primeiro do gênero a ser publicado por uma mulher negra em todos os países de língua portuguesa.
Para referência de sua importância, as obras Navio Negreiro (1870), de Castro Alves, e A Escrava Isaura (1875), de Bernardo Guimarães, amplamente conhecidas no Brasil, foram publicadas muitos anos depois do romance da maranhense.
Maria Firmina foi considerada a primeira romancista brasileira em uma época em que a educação feminina se restringia aos cuidados domésticos. Foi professora, compositora, folclorista e, ainda, colaborava jornais históricos do Maranhão, como A Pacotilha. É, ainda, patrona da cadeira nº8 da Academia Ludovicense de Letras.
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